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Não se esqueçam que Kim é um ditador sanguinário na Coreia do Norte

A cautela deve ser mantida. Primeiro, o regime da Coreia do Norte não é confiável. Por duas vezes, o pai do ditador Kim Jong-un falou em paz, entrou em negociações e abordou o tema da desnuclearização. (Foto: Reprodução)

Os presidentes dos EUA e da Coreia do Sul estão corretos em buscar a via do diálogo com a Coreia do Norte para uma resolução do conflito na Península Coreana pela via diplomática. Os avanços nos últimos meses são impressionantes. No fim do ano passado, era falado sobre o risco de um cálculo errado levar a uma escalada militar. Agora há a possibilidade de um Tratado de Paz e mesmo uma incerta “desnuclearização” da região.

 A cautela, no entanto, deve ser mantida. Primeiro, o regime da Coreia do Norte não é confiável. Por duas vezes, o pai do ditador Kim Jong-un falou em paz, entrou em negociações e abordou o tema da desnuclearização. Em todas, na realidade, buscava apenas o abrandamento das sanções enquanto mantinha o programa clandestino. Kim pode estar pensando da mesma forma. Em segundo lugar, o atual ditador conseguiu avançar bastante em seu poderio nuclear com seus testes no ano passado. Ele se enxerga como líder de uma potência atômica e não teria incentivos claros para abdicar de seu arsenal se observarmos o que ocorreu no Iraque e na Líbia.

Por último, Kim segue como um ditador sanguinário que oprime o povo norte-coreano. Ele não virou “bonzinho” porque andou de mãos dadas com o pacifista presidente Moon. Notem que o encontro sequer foi exibido na Coreia do Norte e em nenhum momento a questão de abdicar das armas nucleares foi mencionada para o público em Pyongyang. Trump e Moon devem sim dialogar com Kim. Mas é importante que não deem legitimidade.

Processo

A família do americano Otto Warmbier iniciou um processo na quinta-feira  contra a Coreia do Norte por “torturar e assassinar” o estudante, que esteve 17 meses preso no país asiático. Os Warmbier apresentaram a ação em uma corte federal do Distrito de Columbia, onde se encontra Washington, segundo informou a imprensa local.

Num documento de 22 páginas, a família acusa o regime norte-coreano de “torturar brutalmente e assassinar” o jovem após detê-lo numa viagem a Pyongyang.

A Coreia do Norte libertou Warmbier em junho do ano passado em estado de coma e o estudante morreu seis dias depois, já nos Estados Unidos, aos 22 anos. Em comunicado, seu pai, Fred Warmbier, afirmou que seu filho foi “sequestrado, capturado como um prisioneiro por motivos políticos, usado como um peão e alvo de um tratamento excepcionalmente duro e brutal por Kim Jong-un”.

Warmbier viajou como turista ao país asiático no final de 2015 com a empresa Young Pioneer Tours e, ao final da sua visita, foi detido e sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados, acusado de roubar um cartaz de propaganda do hotel no qual se hospedou.

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