A nave russa Soyuz foi lançada nesta quarta-feira (18) da Guiana Francesa para colocar em órbita o telescópio da Agência Espacial Europeia (ESA) Cheops, destinado à pesquisa de exoplanetas, o satélite italiano de observação da Terra Cosmo-SkyMed e outros três aparelhos espaciais.
De acordo com transmissão ao vivo organizada pela empresa francesa Arianespace, o lançamento ocorreu no horário previsto, às 5h54min (horário de Brasília), no Centro Espacial da Guiana. A missão teve duração de cerca de 4 horas e 13 minutos.
A expectativa é de que o Cheops (CHaracterising ExOPlanet Satellite) analise os exoplanetas já identificados para que os dados ajudem a obter informações sobre sua densidade, um primeiro passo para entender as condições de vida extraterrestre. A bordo do foguete também estão o Angels, primeiro nanossatélite produzido e financiado pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) francês, que é um demonstrador tecnológico para uma nova geração de satélites que a França pretende lançar em órbita a partir de 2022; o Eyesat, também financiado pelo CNES; e o Ops-Sat, em nome da ESA, que contém o computador mais poderoso já colocado em órbita e projetado para experimentar o software.
O lançamento foi agendado inicialmente para o dia 17 de dezembro, mas a Agência Espacial Europeia anunciou na véspera a alteração da data devido a problemas no acelerador Fregat do lançador de foguetes.
Voos curtos
A agência espacial russa Roscosmos anunciou nesta semana que lançará em 2020 uma nave Soyuz que deverá chegar em apenas duas horas à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
“Até a ISS em duas horas! Será testado um esquema de voo das naves espaciais de uma só volta”, informou a agência em vídeo apresentado na base de lançamento de Vostochny.
O diretor-geral da Roscosmos, Dmitry Rogozin, lembrou que antes do fim deste ano será realizado o lançamento de uma nave tripulada com o esquema de voo curto, que consiste em duas voltas ao redor da Terra, com duração de três horas e meia. Atualmente, as naves espaciais russas chegam à ISS em dois dias ou seis horas.
A agência também realizou três voos com cargueiros no esquema de duas voltas, que deve ser aplicado às viagens tripuladas. Rogozin explicou que a Roscosmos já efetuou 22 dos 25 lançamentos previstos para 2019.
Rogozin comentou que a Rússia talvez deixe de enviar novos módulos à ISS, aproveitando a experiência adquirida durante a fabricação dos existentes para missões na órbita lunar.
“Precisamos avaliar se faz sentido enviar mais módulos à ISS porque seu futuro está claro. Só vai existir até 2028. O recurso vital dessas naves é de 15 a 20 anos. Vale a penas enviá-las por três ou quatro anos para depois jogá-las no oceano junto com a estação. Não sei”, afirmou.
