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Nicolás Maduro chama María Corina Machado de “bruxa demoníaca” após ela ganhar o Prêmio Nobel da Paz

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que “90% da população repudia a bruxa demoníaca da Sayona”. (Foto: Reprodução)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de “bruxa demoníaca” a líder da oposição María Corina Machado, dois dias depois de ela ter recebido o Prêmio Nobel da Paz. A opositora, acusada por Maduro de pedir uma invasão estrangeira, recebeu o anúncio do Nobel “por sua incansável” luta pela democracia na Venezuela.

“90% da população repudia a bruxa demoníaca da Sayona”, disse Maduro no domingo, sem mencioná-la diretamente e sem se pronunciar sobre o prêmio.

O governo costuma se referir a Machado como “a Sayona”, em referência a uma figura do folclore venezuelano que, como a líder, tem pele branca e cabelos pretos e lisos.

“Queremos paz e paz teremos, mas paz com liberdade, com soberania”, acrescentou em um evento pela descoberta da América, comemorado na Venezuela como o “Dia da Resistência Indígena”.

Machado apoia as manobras militares dos Estados Unidos no Caribe e dedicou o Nobel “ao sofrido povo da Venezuela” e ao presidente norte-americano Donald Trump, que também aspirava ao prêmio.

Segundo disse à Fox News no sábado, Trump “merece” o prêmio “porque não só se envolveu em apenas alguns meses na resolução de oito guerras, mas suas ações foram decisivas para colocar a Venezuela agora no limiar da liberdade”.

A Casa Branca disse na sexta-feira que o comitê do Nobel “demonstrou que coloca a política acima da paz” ao não conceder o prêmio ao líder republicano.

Embaixada em Oslo

Em outra frente, a Venezuela fechou sua embaixada em Oslo sem explicação, anunciou o Ministério das Relações Exteriores da Noruega nessa segunda-feira (13), três dias após a líder da oposição venezuelana María Corina Machado receber o Prêmio Nobel da Paz.

“A embaixada venezuelana nos informou que está fechando suas portas, sem dar nenhuma justificativa”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Noruega, Cecilie Roang, em um e-mail à AFP.

“Isso é lamentável. Apesar de nossas diferenças em vários assuntos, a Noruega deseja manter um diálogo aberto com a Venezuela e continuará trabalhando para esse fim”, acrescentou.

María Corina foi impedida de concorrer às eleições presidenciais de 2024, nas quais o ditador Nicolás Maduro foi declarado vencedor, apesar dos protestos da oposição.

De acordo com o jornal norueguês Verdens Gang, que divulgou a notícia, os serviços telefônicos da embaixada não estavam atendendo às chamadas na tarde dessa segunda-feira. Seus números estavam fora de serviço, confirmou a AFP à noite.

O Comitê Norueguês do Nobel, composto por cinco membros nomeados pelo Parlamento Norueguês, enfatizou que concedeu o prêmio a María Corina “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.

Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Noruega insistiu que “o Prêmio Nobel é independente do governo norueguês”. “Com relação a questões relacionadas a este prêmio, nos submetemos ao Comitê Nobel”, afirmou. As informações são da agência de notícias AFP.

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