O presidente Jair Bolsonaro comentou, em transmissão ao vivo pela internet direto do Japão, o caso da prisão do sargento da Aeronáutica, preso na Espanha, por suposto tráfico de drogas, e disse que, “pelo que parece, não seria a primeira vez que o militar tenha feito o transporte de entorpecentes.
“Lamento por este elemento, porque pelo que parece estava há tempo envolvido nisso, porque ninguém em uma primeira viagem vai colocar 39 quilos de entorpecente. E vamos investigar”, disse Bolsonaro em Osaka, onde participa da reunião G-20, que tem uma diferença de 12 horas do horário de Brasília.
Esta foi a primeira vez que o presidente se pronunciou sobre o sargento Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, preso na terça-feira (25) com 39 quilos de cocaína divididos em 37 pacotes em sua bagagem. O militar era tripulante do voo que transportava a equipe avançada de transporte que dava apoio à comitiva do presidente Jair Bolsonaro. Anteriormente, o presidente havia se manifestado por escrito duas vezes nas redes sociais, pedindo a investigação do caso.
O presidente se recusou a repercutir comentários que o associam ao caso e voltou a dizer que o caso está sendo investigado. “Me associar a esse negócio de ontem é brincadeira, não vou nem responder esse negócio aí. Vai pagar um preço alto. A investigação está aberta, o IPM, toda colaboração à polícia espanhola”, afirmou.
Bolsonaro reiterou que o sargento não estaria em seu avião e integrava apenas a aeronave de apoio que levaria a tripulação substituta. Presidente acrescentou ainda que até ele tem a bagagem vistoriada durante as viagens.
Julgamento
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta quinta-feira (27) que o militar brasileiro preso em Sevilha com cocaína será julgado “sem condescendência” na Espanha e no Brasil. O sargento da FAB (Força Aérea Brasileira) foi preso na terça-feira com 39 quilos da droga. Segundo o ministro, o fato é “isolado”, e o governo agirá “com total transparência”.
“Tudo que puder ser divulgado, que não comprometer o curso das investigações, será divulgado. O militar será julgado sem condescendência pela Justiça da Espanha e pela própria Justiça brasileira, conforme determinam as leis de ambos os países”, declarou Azevedo e Silva.
“Ressalto que não vamos admitir criminosos entre nós. Nesse caso, houve a quebra de confiança. A confiança é própria da cultura militar e nos é tão cara. Esse lamentável caso é fato isolado no seio dos integrantes das Forças Armadas”, acrescentou o ministro.

