A oferta de GNL (gás natural liquefeito) aumentou 211% no ano passado. Saiu de 8,4 para 26,1 milhões de metros cúbicos por dia. Os dados são do Ministério de Minas e Energia e da ANP (Agência Nacional de Petróleo).
Atualmente, cinco terminais aquaviários recebem gás natural no estado líquido para regaseificação: TRBA, na Bahia; Pecém, no Ceará; Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro; GNA (Gás Natural Açu), no Rio de Janeiro; Celse, em Sergipe.
Os três primeiros são da Petrobras, que arrendou o terminal da Bahia para a Excelerate Energy no final do ano passado. O negócio estava previsto no acordo celebrado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para reduzir a presença da estatal no mercado de gás. Essas unidades injetam gás natural regaseificado na malha de gasodutos de transporte. Já os terminais da GNA e Celse estão ligados a projetos de geração de energia elétrica: as usinas GNA I e Porto de Sergipe I, inauguradas em setembro de 2021 e agosto de 2020, nessa ordem.
A entrada em operação dessas usinas e o aumento do despacho térmico em 2021, devido à crise hídrica, contribuíram para o crescimento da oferta de GNL no ano passado. Além disso, a Petrobras havia aumentado a capacidade de regaseificação no terminal da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Durante a crise hídrica, a Petrobras anunciou uma parada programada de 30 dias no gasoduto Rota 1, que escoa parte da produção do pré-sal. Para compensar a redução na oferta de gás, aumentou a importação de GNL pelo terminal no Rio e moveu o navio regaseificador alocado em Pecém para a Bahia.
Iniciada no final de agosto, a parada no Rota 1 coincide com o período com maior volume de gás regaseificado: setembro de 2021, quando o volume foi de 39,8 milhões de metros cúbicos por dia.