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No currículo para embaixador, Eduardo Bolsonaro diz ter pós-graduação que não concluiu

A especialização foca em uma vertente do pensamento econômico ultraliberal cujo maior expoente é o austríaco Ludwig von Mises. (Foto: Reprodução/Instagram)

Apesar de ter citado uma pós-graduação em economia como credencial que justificaria a sua indicação ao posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro não concluiu o curso. Criticado após o presidente Jair Bolsonaro dizer que deve indicá-lo ao cargo, o deputado tem tentado provar as suas qualificações para a cadeira.

O Instituto Mises Brasil, que oferece a pós-graduação lato sensu Escola Austríaca de Economia em parceria com o Centro Universitário Ítalo Brasileiro, confirmou ao jornal O Globo que Eduardo “ainda cursa a pós-graduação”. O curso tem duração de 18 meses, e o deputado federal o iniciou em março de 2016.

“Sobre a pós-graduação no Mises, a minha qualificação é pós-graduando, tenho até o final do ano para entregar o TCC”, disse o deputado ao Globo por meio da sua assessoria. A especialização foca em uma vertente do pensamento econômico ultraliberal cujo maior expoente é o austríaco Ludwig von Mises.

Na semana passada, Eduardo postou no YouTube um vídeo em que descartava que seria indicada para o cargo de embaixador por ser filho do presidente da República. “Essa possibilidade existe não pelo fato de eu ser um mero filho do presidente Jair Bolsonaro. Sou formado em Direito pela UFRJ, advogado concursado, passei na prova da OAB, escrivão da Polícia Federal, uma pós-graduação em Economia”, disse.

O curso procurado por Eduardo já atraiu mais deputados federais. Na turma que iniciou as aulas em 2019, há quatro: Felipe Barros (PSL-PR), Carlos Jordy (PSL-RJ), Tiago Mitraud (Novo-MG) e Paula Belmonte (Cidadania-DF).

Presidente

O presidente Jair Bolsonaro reconheceu, na terça-feira (16), que a indicação de Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos corre o risco de não ser chancelada pelo Poder Legislativo.

Na saída de uma reunião ministerial no Palácio da Alvorada, ele ressaltou, no entanto, que a formalização da indicação já está definida e que, agora, depende apenas de trâmites diplomáticos e tratativas com o Poder Legislativo.

“É logico que corre o risco. Tudo que você faz corre o risco de dar certo ou dar errado. Nós estamos tentando acertar”, disse. “Se a decisão for essa, o Senado vai sabatiná-lo e vai decidir. E ponto final. Se não for aprovado, ele fica na Câmara.”

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