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No mesmo dia em que mandou soltar o “ex-deputado da mala”, ministro do Supremo rejeitou o pedido da defesa do procurador da República preso desde maio sob acusação de receber mesada de 50 mil reais do grupo JBS/Friboi

Villela é acusado de ter recebido propina dos donos do grupo JBS/Friboi. (Foto: Luis Macedo / Agencia Câmara)

O relator da Operação Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Edson Fachin, negou a solicitação dos advogados de defesa do procurador da República Ângelo Goulart Villela, acusado de ter recebido dinheiro para repassar informações aos donos do grupo JBS/Friboi. Eles queriam que fosse revogada a prisão preventiva de seu cliente. O magistrado, no entanto, considerou que o processo não é mais da competência da Corte.

“Tratando-se de decisão de natureza cautelar, eventual modificação do panorama fático-processual que autorize a sua revisão deve ser objeto de deliberação pela autoridade judiciária competente que, no caso em análise, não é mais o Supremo Tribunal Federal, e sim o Tribunal Regional Federal da 3ª Região”, argumentou Fachin em sua decisão.

Os advogados argumentavam, ainda, que o inquérito sobre o procurador da República deve tramitar e ser julgado pelo TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), em Brasília, já que Villela se encontra preso na capital federal. Esse pedido também acabou indeferido na petição.

Delação premiada

O procurador da República, preso há 42 dias, quer dar seu depoimento sobre os fatos que o levaram a prisão, segundo fontes ligadas à investigação. Villela foi preso acusado de ter vendido informações de processos aos donos da JBS, mas nega ter praticado qualquer ato de corrupção e garante que sua atuação seguiu roteiro idêntico ao que guia “todo procurador que tenta fechar uma delação”.

Uma delação do procurador é vista no universo político como peça chave para revelar como funciona o modo de operar da PGR (Procuradoria-Geral da República) nas negociações por acordos de delação premiada. Aliados e assessores do presidente Michel Temer, que enfrenta abertamente a PGR, já deram sinais de que pretendem convocar Villela para depor junto ao Congresso, caso seja instalada uma CPI da JBS.

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