A nova advogada-geral da União, Grace Mendonça, classificou nesta quarta-feira (14) de “infundadas” as acusações de seu antecessor, Fábio Medina Osório, de que ela teria atuado, a mando do governo, para atrapalhar o trabalho do ex-ministro com relação à Operação Lava Jato.
Demitido na semana passada, Osório disse, ao deixar o cargo, que as suas divergências com o governo começaram após ele pedir acesso a inquéritos da operação em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que as empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras devolvessem dinheiro aos cofres públicos.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, Osório afirmou que havia recebido orientação do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) para não atuar nesse caso e acusou Grace, então responsável pela relação com a Corte, de ter atrasado, de propósito, a entrega desses documentos para que não chegassem às mãos dele.
Em uma coletiva de imprensa logo após tomar posse, Palácio do Planalto, Grace disse que a AGU irá analisar as informações solicitadas em relação aos inquéritos da operação e seguirá com a sua “atuação ordinária”.
“Essas declarações são infundadas. Não guardam qualquer tipo de amparo na atuação da Casa. A AGU vem conduzindo os seus trabalhos com muita seriedade”, afirmou Grace.
Grace foi questinada sobre o requerimento, protocolado por partidos de oposição na Procuradoria Geral da República (PGR), para que Padilha e ela prestem esclarecimentos sobre a acusação de Osório. Ela disse que não vê problema em dar as explicações.
“Não há nenhuma dificuldade em esclarecer qualquer fato porque toda a nossa atuação é transparente”, declarou. (AG)