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Novo rascunho do acordo final da COP26 atenua referência a combustíveis fósseis

A versão final ainda está sendo negociada por representantes dos quase 200 países participantes da conferência. (Foto: Freepik)

Um segundo rascunho do acordo final da COP26 (Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas), realizada em Glasgow, na Escócia, foi divulgado na manhã desta sexta-feira (12), último dia do evento.

A versão final ainda está sendo negociada por representantes dos quase 200 países participantes da conferência, e o acordo tem caminhado na linha tênue entre as demandas das nações ricas e daquelas em desenvolvimento.

O texto mantém a pressão para que países sejam mais ambiciosos em seus planos para combater o aquecimento global e estabelece uma divisão entre os países, dizendo que a atualização das promessas deve levar em conta “diferentes circunstâncias nacionais”.

O rascunho também mantém a menção inédita a combustíveis fósseis, mas usa uma linguagem mais fraca do que a primeira versão do acordo para cobrar o fim de subsídios a essa fonte de energia.

A mudança fica expressa na inclusão da palavra “ineficientes” – termo que não constava no rascunho anterior, divulgado na quarta-feira (10): “A supressão progressiva da energia produzida com carvão e dos subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis”.

As menções ao carvão e aos combustíveis fósseis foram mantidas apesar da campanha “feroz” dos principais produtores de carvão, petróleo e gás para que fossem totalmente removidas.

Após duas semanas de evento, as negociações sobre o acordo final devem prosseguir pelo fim de semana devido às divergências registradas até o momento.

De forma geral, o primeiro rascunho já trazia avanços pontuais, mas não apresentava detalhes sobre como atingir as metas necessárias para que o aumento da temperatura do planeta seja menor do que 2ºC até 2100 – de preferência não ultrapassando 1,5ºC, como foi definido no Acordo de Paris.

Da era pré-industrial até o momento, a temperatura da Terra já subiu 1,1ºC. O texto também pede aos países que apresentem promessas melhoradas no próximo ano para combater as mudanças climáticas, mas não confirma se isso se tornará um requisito anual. É possível que essa decisão fique para a COP27, que será realizada no Egito em 2022.

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