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Número de brasileiros com nome sujo quebra novo recorde. Agora já passa de 63 milhões de pessoas

A partir do dia 1º de junho, basta ter um limite de cheque especial acima de R$ 500 para ser obrigado a pagar essa tarifa. (Foto: Reprodução Marcos Santos/USP Imagens)

O número de brasileiros com dívidas atrasadas e CPF negativado bateu novo recorde e chegou a 63,2 milhões em abril, o que representa 40,4% da população adulta do País. Na comparação com o mesmo mês de 2018 (61,2 milhões), são 2 milhões de pessoas a mais, uma alta de 3,3%. Em relação a março deste ano (63 milhões), o aumento foi de 0,3%. As informações são do portal UOL a partir de divulgação da Serasa Experian.

A estimativa do número de inadimplentes parte dos dados Serasa, mas é aplicada uma metodologia para calcular a situação que represente toda a população brasileira.

“Além dos impactos gerados pela insuficiência da educação financeira do brasileiro, a inadimplência é uma variável que segue as principais tendências do cenário econômico nacional. Nesse sentido, com a estagnação da economia, aumento do desemprego e da inflação ao longo dos primeiros meses de 2019, que impactam diretamente o orçamento doméstico, continuamos a bater recordes no número de consumidores com contas em atraso”, disse Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

Maioria deve para cartões e bancos

A maioria das dívidas em abril foram feitas no cartão de crédito e com os bancos, representando 28,6% do total, segundo a Serasa. Esse tipo de dívida teve um aumento de 0,6 ponto percentual desde janeiro e é o que mais preocupa.

“Esse crescimento demonstra a dificuldade em honrar um tipo de pagamento que costuma ser prioridade das famílias. Isso é um sinal de que as pessoas já tomaram crédito para quitar outras dívidas e chegaram no ponto de não conseguirem pagar nem este empréstimo”, afirmou Rabi.

Veja abaixo em quais setores estão concentradas as dívidas dos brasileiros: bancos e cartões: 28,6%; utilidades: 20,2%; telefonia: 12,1%; comércio: 11,7%; serviços: 10,5%; financeira/leasing: 10,1%; outros: 6,8%.

RR tem o maior percentual da população endividada

Na análise por Estados, Roraima tem o maior percentual da população adulta endividada: 59,87%. Em seguida, estão Amapá (52,4%) e Amazonas (50,6%). Na outra ponta, Santa Catarina (33,1%), Paraíba (33,6%) e Piauí (34,4%) têm os menores percentuais de pessoas endividadas.

Dívida após cinco anos

As dívidas com bancos, como cartão de crédito ou empréstimos não pagos, prescrevem em cinco anos. O prazo máximo que o CPF e o nome do devedor ficam negativados também é de cinco anos, segundo o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil. Mas isso significa que as dívidas deixam de existir depois disso e não há nenhum problema para quem deve dinheiro?

A resposta é não. O nome, de fato, volta a ficar limpo (a não ser que outras dívidas deixem de ser pagas), e as consequências legais são outras, mas a dívida não deixa de existir e a vida financeira continua prejudicada.

Os juros seguem correndo, e o banco continua podendo cobrar você pelo resto da vida. Seu nome, mesmo já limpo, pode também ficar marcado para sempre e dificultar ou impedir tentativas futuras de conseguir crédito.

Além disso, enfrentar os cinco anos até lá envolve um período de muitas restrições e de riscos que podem levar até à perda de bens, como carro e casa.

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