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Ator Reynaldo Gianecchini se distancia da fama de galã ao viver um mau caráter em “A Dona do Pedaço”

Gianecchini quer trabalhar também seu lado cômico na trama e, para isso, tem contado muito com a parceria de Juliana Paes. (Foto: AgNews)

“Não se engane com a cara de bom moço”, avisa Reynaldo Gianecchini sobre seu personagem Régis, de “A Dona do Pedaço”. Ele é um playboy falido que vive às custas do cunhado. E vai aceitar o plano de Josiane, interpretada por Agatha Moreira, para dar um golpe na mãe dela, a empresária Maria da Paz (Juliana Paes).

“Nem sei se ele é um vilão, sei que ele é um cara de caráter duvidoso, com certeza. Mas Régis é muito sedutor também, um cara muito legal com todo mundo. É gostoso fazer um personagem que tem nuances porque dá pra ir pra lugares que o mocinho geralmente não vai”, conta o ator ao portal de notícias G1.

Gianecchini quer trabalhar também seu lado cômico na trama e, para isso, tem contado muito com a parceria de Juliana Paes. Ele volta a contracenar com a atriz 20 anos depois de “Laços de Família”, que marcava a estreia dos dois atores nas novelas.

“Juliana é perfeita para esse papel, foi muito bem escalada. Ela tem o carisma que o personagem precisa e passa muito bem isso em cena. Então me alimento das características dela pra montar meu personagem”, revela o ator.

Ele torce para que o público goste do Régis: “O povo tem gostado dessas pessoas que não são tão politicamente corretas, nessa novela eu percebo que todo mundo é um pouco assim, nem tão bom nem tão mau”.

Com fama de galã desde o início de sua carreira, o ator paulista de 46 anos admite que está cada vez mais longe do rótulo.

“Tem uma tendência a distanciar quando você vai amadurecendo, ficando mais velho. Primeiro, porque já tem outros galãs mais jovenzinhos atrás, que está todo mundo pronto pra consumir. Outra coisa é que você vai saindo um pouco daquela ditadura da beleza”, justifica.

Gianecchini estava afastado das novelas desde o fim de “A Lei do Amor”, em 2017. Ele conta que vem buscando períodos mais longos de descanso desde que enfrentou um câncer, em 2011, e se submeteu a um transplante de medula óssea.

“Desde o transplante, resolvi dar uma desacelerada. Sempre trabalhei de domingo a domingo. Acabei ficando com vontade de não fazer nada às vezes. Depois de ‘A lei do amor’, pedi um tempo. A peça (‘Os guardas do Taj’, que estrela com Ricardo Tozzi) apareceu durante esse período. Não estava prevista, mas me apaixonei. Topei fazer e interrompi o ano sabático. Quero repetir isso outras vezes, morar fora do país, reciclar as ideias… Um off criativo. Agora me sinto muito bem para voltar, estou descansado e animado. Dei uma boa oxigenada.”

O ator afirma que, apesar da fase difícil por causa da doença, evitou ficar permanentemente preocupado com questões de saúde desde então:

“Passei a me cuidar melhor, a me alimentar melhor. Mas sou zero neurótico. A gente não tem controle sobre tudo e precisa entregar um pouco para o universo. Meu processo de entendimento foi muito bonito. Saí um cara mais inteiro e com menos medo. Brigo bastante com esse sentimento, porque ele paralisa.”

Na lista dos medos, envelhecer certamente não aparece, garante o ator. Aos 46 anos, ele garante que sua “convivência com o espelho está ótima”:

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