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O auxiliar do maior doleiro do Brasil foi flagrado em um banco do Paraguai

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, já declarou publicamente que é amigo da família Messer. (Foto: Reprodução)

Um administrador de Dario Messer e o primo do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, foram flagrados na última terça-feira (8) tentando sacar dinheiro em um banco no país vizinho. Apontado como o maior doleiro do país desde os anos 1990, Messer está foragido desde a última quinta-feira (3) e também teve a prisão decretada pela polícia paraguaia.

Imagens das câmeras de segurança de um banco obtidas pela rede de TV ABC Color mostram dois homens que aparecem na boca do caixa e permanecem no local por volta de uma hora, sem conseguir retirar o dinheiro. Eles são identificados como Juan Pablo Jiménez Viveros Cartes, que é primo do atual presidente do Paraguai, e Ilan Grinspun, administrador dos negócios Messer no país.

O doleiro é cidadão brasileiro-paraguaio e foi chamado pelo presidente do Paraguai de “irmão de alma”.

Alvo da Operação “Câmbio, Desligo”, deflagrada na última semana, Messer é suspeito de dar lastro financeiro às operações dos doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barbosa, recebendo o maior montante do lucro do grupo. Dario Messer é considerado o criador de um banco clandestino que reunia 47 doleiros e era usado por políticos e empresários para lavar dinheiro e mandar ilegalmente recursos para o exterior. A Operação Lava-Jato afirma que essa rede movimentou perto de R$ 6 bilhões envolvendo mais de três mil offshores em 52 países.

Messer foi dono do banco EVG, de Antigua e Barbuda, onde mantinha contas doleiros e empresários.

Na quarta-feira (10), a Justiça paraguaia determinou nova prisão de Dario Messer por causa do envolvimento dele em um esquema de lavagem de dinheiro no país vizinho. Os dois homens que foram ao banco são suspeitos de participar e também tiveram a prisão decretada.

A Justiça bloqueou bens e contas de todos os envolvidos. O Ministério Público do Paraguai suspeita que o braço direito de Messer e o primo do presidente tentaram sacar dinheiro antes da ordem de bloqueio chegar ao banco.

Filho do doleiro

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ligado ao Ministério da Fazenda, registrou a apreensão do filho do “doleiro dos doleiros” Dario Messer em uma agência bancária, no Leblon, no Rio de Janeiro, em 9 de dezembro de 2013. Na ocasião, Dan Wolf Messer tentava transferir R$ 514 mil que haviam caído em sua conta. O Coaf classificou a movimentação como “suspeita”.

No parecer, o órgão da Fazenda relatou que, naquele ano, Dan Wolf tinha renda de “R$ 1,2 mil, declarada como estudante”.

“Apresentou movimentação suspeita decorrente de crédito de valor expressivo e incompatível com sua capacidade financeira referente a R$ 514 mil em 9 de dezembro de 2013 através de depósito com cheque efetuado pela empresa D3M Consultoria Empreendimentos e Participações Ltda – EPP, na sequência apresentou-se na agência solicitando a emissão de uma TED no mesmo valor recebido”, narrou o Coaf.

Segundo o Conselho, o filho de Dario Messer foi “questionado sobre a procedência do recurso”.

“Cliente gaguejou informando ora ser dinheiro de seu primo e logo depois disse que se tratava de dividendos de sua empresa e que iria comprar um imóvel. Ressaltamos que o mesmo não possui empresa cadastrada em seu CPF. Apresentou também comportamento suspeito saindo da agência as pressas e dizendo que não poderia mais esperar, após ter recebido uma ligação”, registrou o Coaf.

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