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O Banco Central dos Estados Unidos anunciou o aumento da taxa de juros no país pela segunda vez no ano

Jerome Powell não fez comentários sobre as potenciais políticas do presidente eleito, afinal elas ainda não foram anunciadas. (Foto: Reprodução)

O Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) anunciou nesta quarta-feira (13) a decisão de aumentar a taxa de juros no país pela segunda vez neste ano, de 1,5% a 1,75% ao ano para 1,75% a 2%.

O sétimo aumento de juros do atual ciclo de aperto monetário, no entanto, ficou em segundo plano e foi substituído pela atenção ao que o banco central americano iria comunicar em suas projeções econômicas. As entrelinhas do comunicado divulgado com a decisão de elevar os juros ganharam destaque dos analistas.

Cada palavra foi esmiuçada. A dúvida foi respondida pela sinalização de dois aumentos adicionais de juros até o fim deste ano — antes, a expectativa era de mais uma alta, na reunião de setembro. O motivo para a mudança foi uma economia mais forte e uma inflação que ganha fôlego no país. Em relação ao comunicado de março, quando o Fed (o banco central dos EUA) aumentou os juros pela primeira vez no ano, a atividade econômica passou a ser descrita como sólida, em vez de moderada.

A taxa de desemprego, que antes continuou baixa, agora declinou. Os gastos de famílias, que tinham moderado em relação ao quarto trimestre segundo o comunicado de março, agora aceleraram. A análise, feita por Bruno Braizinha, da área de alocação global de ativos do banco Société Générale, também mostra que o comitê de política monetária do Fed avalia que aumentos graduais na meta das taxas de juros são consistentes com a expansão sustentada da atividade econômica.

A alta dos juros já era dada como certa pelo mercado. Os dois mandatos do Fed são máximo emprego e estabilidade de preços — a meta de inflação é de 2% ao ano. O nível de desemprego nos Estados Unidos está em 3,8%, menor patamar desde abril de 2000. Em maio, foram criadas 223 mil vagas de trabalho. Mas o Fed olha também para a possível pressão inflacionária gerada pelo aumento de salários. No mês passado, o crescimento foi de 0,3%, acima do previsto. Também em maio, o índice de preços ao consumidor teve o maior aumento anual em mais de seis anos.

Nas projeções econômicas, além de sinalizar dois aumentos de juros neste ano e três em 2019, o Fed melhorou a perspectiva para o crescimento da economia americana em 2018: passou para 2,8%, ante 2,7% em março. Por outro lado, nenhuma linha foi dedicada às recentes turbulências que afetaram emergentes por causa do fortalecimento do dólar.

No Brasil, o mercado de câmbio e a bolsa acompanharam os desdobramentos da política monetária norte-americana. O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.

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