Após a declaração de que o embaixador Ruy Pereira é “persona non grata” na Venezuela, o Ministério das Relações Exteriores não planeja enviar outro diplomata para representar o governo brasileiro em Caracas. Com isso, o comando da missão deve ser entregue ao encarregado de negócios no regime chavista. Segundo informações extraoficiais, no entanto, o Itamaraty ainda não planeja cortar relações diplomáticas com país do presidente Nicolás Maduro.
Ainda segundo a publicação, as autoridades de Brasília decidiram não enviar outro profissional para o posto na nação vizinha por avaliar que, ao rechaçar a presença de Pereira em seu território, Maduro não mirava problemas relacionados ao diplomata em si, mas ao governo de Michel Temer.
No mesmo discurso em que expulsou o brasileiro do país, a ex-chanceler Delcy Rodríguez (que atualmente preside a polêmica Assembleia Nacional Constituinte, de orientação chavista) também baniu o encarregado de negócios canadense Craib Kowalik, por comentários contra o governo venezuelano nas redes sociais.
Bom trânsito
Ruy Pereira estava no cargo desde 2013, indicado pelo governo da então presidenta Dilma Rousseff, sendo chamado para consultas (um sinal diplomático para demonstrar desaprovação quanto a alguma medida específica) em agosto passado, devido aos fortes discursos de Maduro ao impeachment da petista e ao governo de seu sucessor, Michel Temer.
O diplomata é conhecido por ter bom trânsito entre a cúpula chavista. Como o Itamaraty já tinha anunciado que tomaria “medidas de reciprocidade correspondentes” após o ato, o embaixador Alberto Efraín Castellar Padilla também deve ser declarado “persona non grata”. Ele terá de retornar a Caracas até a nomeação de um novo indicado que precisará ter as credenciais aprovadas por Temer antes de começar a trabalhar no País.
