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O Brasil e outros 13 países não reconheceram o resultado da eleição na Venezuela que reelegeu Nicolás Maduro presidente no país

O país governado por Maduro enfrenta uma grave crise econômica. (Foto: Reprodução)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta uma nova onda de rejeição internacional depois de ter sido reeleito na eleição de domingo (20), marcada por denúncias de fraude, boicote da oposição e alta abstenção. O Brasil e outros 13 países latinos-americanos afirmaram que não reconhecem o resultado do pleito.

O presidente chavista venceu com cerca de 70% dos votos (5,8 milhões de um total de 8,6 milhões). A participação na eleição foi uma das mais baixas da história venezuelana: apenas 46% do eleitorado. Os outros candidatos, Henri Falcón, que obteve 21% dos votos, e Javier Bertucci, com 11%, disseram que não reconheciam o resultado e pediram novas eleições.

Antes da realização do pleito, Estados Unidos, Canadá, UE (União Europeia) e vários países latino-americanos já haviam afirmado que a eleição não é justa nem transparente e acusaram Maduro de sufocar a democracia. Os EUA anteciparam há um mês que não reconheceriam o resultado do pleito.

Grupo de Lima

Os governos de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, que integram o Grupo de Lima, não reconheceram a legitimidade do processo eleitoral e afirmaram que convocarão os seus embaixadores em Caracas para expressar protesto.

O comunicado informa ainda que os países reiteram a sua preocupação com a situação na Venezuela e vão submeter uma resolução sobre isso na sua Assembleia Geral. “[Os países] não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente”, diz a nota.

“Reiteram sua preocupação com o aprofundamento da crise política, econômica, social e humanitária que deteriorou a vida na Venezuela, o que se reflete na migração em massa de venezuelanos que chegam a nossos países em condições difíceis, na perda de instituições democráticas, do Estado de Direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos”, prossegue o texto.

A nota ainda diz que o Grupo de Lima irá discutir apoio e cooperação para questões de imigração e saúde. Uma reunião sobre imigração e refúgio de venezuelanos deve ser realizada no Peru em julho.

Brasil

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou, por meio de nota oficial, que a eleição presidencial na Venezuela não teve “legitimidade” nem “credibilidade”. Na nota, o Itamaraty disse que o governo venezuelano não atendeu as reivindicações internacionais para uma eleição “livre e justa”.

“Nas condições em que ocorreu – com numerosos presos políticos, partidos e lideranças políticas inabilitados, sem observação internacional independente e em contexto de absoluta falta de separação entre os poderes –, o pleito do dia 20 de maio careceu de legitimidade e credibilidade”, afirmou o Itamaraty.

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