O Brasil lidera o ranking de países em que ocorreram casos de corrupção internacional sob investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Com 30 menções, o País tem quase o dobro de registros do segundo colocado, a China, mostra levantamento do FCPATracker baseado em comunicados a agências reguladoras das 104 empresas que revelaram estar sob investigação.
O Brasil ultrapassou a China e assumiu a liderança da lista pela primeira vez no ano passado, quando apareceu em processos de 19 companhias. No ano anterior, o País havia sido mencionado por 11 empresas investigadas com base no Ato de Práticas de Corrupção Internacional (FCPA, na sigla em inglês), a legislação americana que pune o pagamento de subornos para obtenção de vantagens indevidas no exterior.
A lei se aplica às companhias dos EUA e a todas as demais que tenham papéis negociados nas bolsas americanas ou usem o sistema bancário do país para a prática de atos ilícitos.
O grande aumento no número de empresas investigadas por ações realizadas no Brasil é resultado da postura mais agressiva das autoridades locais na investigação de casos de corrupção e da crescente cooperação entre os dois países. “Eu não consigo pensar em nenhum outro país em que a coordenação entre os procuradores e as agências de combate à corrupção seja tão próxima. A parceria entre os Estados Unidos e o Brasil é a mais forte de todas”, disse Eric Snyder, sócio do escritório de advocacia Jones Day.
Sua própria trajetória é um exemplo do peso cada vez maior do Brasil nos casos de corrupção internacional investigados pelo Departamento de Justiça. Ex-procurador federal, Snyder começou a trabalhar em 2010 com empresas brasileiras ou americanas com atividades no Brasil acusadas de violarem o FCPA.
