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O Brasil retomou a produção e deve exportar mais minério de ferro neste ano, mas com uma arrecadação menor

De acordo com o estudo, o perfil do solo no local da perfuração era especialmente desfavorável. (Foto: EBC)

Após o choque causado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), a produção brasileira de minério de ferro voltou a se aproximar dos níveis de antes da tragédia, que completa que no próximo sábado completará um ano.

Com a paralisação das unidades da empresa no segundo trimestre do ano passado, a produção do segmento foi de 80 milhões de toneladas, o que representou uma queda de aproximadamente 30% na comparação com o mesmo período de 2018. Já no período de agosto a setembro, foram 103,7 toneladas – uma queda de 10% e, na mesma comparação, menos acentuada.

A Vale, cuja produção foi parcialmente interrompida à época, espera retomar a produção remanescente de cerca de 42 milhões de toneladas até o final de 2021, após a retomada parcial das operações de Brucutu, o retorno das operações de processamento a seco no Complexo de Vargem Grande e da produção na mina Alegria.

Com a retomada da produção, a perspectiva para 2020 é que o Brasil venda 11,1% a mais em toneladas na comparação com o ano passado, de acordo com projeção por empresas de consultoria. A alta da produção brasileira de minério de ferro, no entanto, tende a impactar negativamente os preços do produto no biênio 2020-2021. A expectativa é que a produção nas minas da Região Norte do País, especialmente no Pará, continue crescendo.

Segundo especialistas, o preço do minério de ferro deve sofrer uma queda de 12,6% em relação ao ano passado, ficando em cerca de US$ 79 o preço médio pela tonelada. Com isso, apesar do aumento no volume exportado, a receita arrecadada deve ser 1,9% inferior a de 2019, por conta da queda do preço no mercado global.

Balança geral

Nessa segunda-feira, o Ministério da Economia informou que a balança comercial brasileira registrou na semana passada um déficit de US$ 816 milhões. Lembrando: se as exportações superam as importações o resultado é de superávit e quando acontece o contrário tem-se o déficit.

De acordo com o governo federal, as exportações somaram US$ 2,524 bilhões na última semana, enquanto as importações totalizaram US$ 3,340 bilhões. No acumulado deste mês, ainda segundo informações oficiais, a balança comercial acumula superávit de US$ 934 milhões.

De acordo com o governo, as exportações no período somaram US$ 8,847 bilhões (queda de 10,3% na comparação com janeiro de 2019). Nessa comparação, houve aumento nas vendas de produtos básicos (0,4%), enquanto houve queda nas exportações de produtos manufaturados (-21%) e de semimanufaturados (-14,3%).

As importações, ainda segundo o governo, totalizaram US$ 7,913 bilhões (queda de 11,5% na mesma comparação). Recuaram os gastos com aeronaves e peças (-34,6%), adubos e fertilizantes (-31,4%), combustíveis e lubrificantes (-17,9%), cereais e produtos da indústria da moagem (-16,3%), veículos automóveis e partes (-7,6%).

No ano passado, a balança comercial registrou superávit de US$ 46,6 bilhões. Com isso, o saldo positivo, assegurado principalmente pela exportação de produtos básicos, ficou 19,6% abaixo do de 2017.

A expectativa do mercado financeiro para este ano é de nova queda do saldo comercial. Segundo pesquisa realizada pelo Banco Central na semana passada, a previsão para 2020 é de um saldo positivo de US$ 37,4 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

O Ministério da Economia, que não divulgou projeção para o saldo comercial de 2020, avaliou que o “menor dinamismo” do comércio internacional deve ser visto como um “fenômeno estrutural e não cíclico” e que a Argentina “continuará sendo um fator negativo”. Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 32 bilhões neste ano – com exportações em US$ 225 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 193 bilhões.

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