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O Brasil teme que uma parte dos 500 mil fuzis distribuídos pelo governo da Venezuela possam atravessar a fronteira e vir parar nas mãos do crime organizado brasileiro

Venezuelanos revoltados bloqueiam avenida. (Foto: Reprodução)

Vizinhos da Venezuela e organizações internacionais aumentaram o isolamento de Nicolás Maduro ao condenar seu plano de mudar a Constituição, reformar o Congresso e descartar a realização de eleições, exigidas há um mês em protestos que já resultaram em 26 mortes. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse ontem que a convocação de uma Constituinte é um “golpe” que pode agravar a crise e trazer “consequências nefastas” para o Brasil.

Segundo ele, há o risco de parte de 500 mil fuzis distribuídos pelo chavismo a milicianos atravessar a fronteira e parar nas mãos do crime organizado brasileiro. Caracas anunciou a proibição do porte de armas durante seis meses no país. “Temos 2.200 quilômetros de fronteira e dificilmente se conseguirá estabelecer sobre ela um controle eficaz”, alegou o chanceler ao Estado, ressaltando que as armas compradas em abril para municiar os chavistas são modernas, de fabricação russa. Ele considera que a única saída “tranquila” para o impasse político seriam eleições.

A convocação da Constituinte, feita por Maduro na segunda-feira, suspende a obrigatoriedade de o Conselho Nacional Eleitoral realizar as eleições previstas na Carta em vigor, de 1999. As votações regionais deveriam ter ocorrido em dezembro, mas vinham sendo proteladas. Outra consequência, com a qual o Brasil já convive, é a crise migratória na fronteira.

O ministro disse que a Venezuela caminha para se tornar um “Estado pária” na comunidade internacional quando, por exemplo, decide sair da OEA (Organização dos Estados Americanos) depois de o organismo ter iniciado um processo de suspensão do país pelo descumprimento da Carta Democrática Interamericana.

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