O Ministério da Defesa informou nesta quinta-feira (25), que cerca de 34 mil militares atuaram durante três meses de operações das Forças Armadas contra a Covid-19. O número, segundo a pasta, é superior aos 25,8 mil homens enviados pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Segunda Guerra Mundial.
Foram contaminados 7.090 militares que atuam na linha de frente do combate à pandemia. Destes, 1.544 estão em recuperação e 20 morreram, informou o ministério.
O balanço de atividades das Forças Armadas durante a pandemia foi apresentado nesta quinta a jornalistas pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Os militares realizaram ações como de entrega de insumos para saúde por transporte terrestre e aéreo, descontaminação de 2.600 espaços públicos e entrega de mais de meio milhão de kits de alimentação. Também atuaram em ações de apoio a comunidades indígenas.
Para atuar na emergência de saúde pública, o Ministério da Defesa ativou 10 comandos militares pelo País para acompanhar ações pela pandemia, além de centros de coordenação em Brasília.
Manifestações
O ministro Fernando Azevedo voltou a afirmar nesta quinta que as Forças Armadas não atuam de forma política. Ele havia sido questionado sobre manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro que cobram, inclusive, um golpe militar. “Se existe alguém que cumpriu regramento jurídico e democrático foram as Forças Armadas. E não vamos nos afastar disso”, disse o ministro.
Cloroquina
O Ministério da Defesa informou que há 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina em estoque no Laboratório do Exército. O valor representa cerca de dezoito vezes a produção anual do medicamento nos anos anteriores. Normalmente, a cloroquina é usada para combater a malária.
Além dos 1,8 milhão em estoque, há 1 milhão de comprimidos que já foram direcionados ao Ministério da Saúde. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que não há previsão produzir mais medicamentos.
“O laboratório químico produz cloroquina não por causa do Covid. Tem uma produção por causa da malária há muito tempo”, afirmou.
O Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União pediu a investigação do gasto de R$ 1,5 milhão do Ministério da Defesa para ampliar a produção do medicamento, revelada pelo site “Repórter Brasil”.
O subprocurador-geral, Lucas Furtado, pede que seja apurada a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro na determinação de que aumentasse a produção do medicamento, sem evidências científicas comprovando sua eficácia no tratamento da Covid-19.
