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O brasileiro Carlos Ghosn pede indenização de 16 milhões de dólares da Nissan e da Mitsubishi

Ex-titã da indústria automobilística viajou ao Líbano para, segundo ele, escapar do rígido sistema judiciário japonês. (Foto: Reprodução/Twitter)

O ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, Carlos Ghosn, entrou com uma ação contra as montadoras japonesas do grupo perante a Justiça da Holanda, segundo um porta-voz do brasileiro. Preso no Japão sob suspeita de fraude financeira quando estava à frente dessas montadoras, Ghosn acusa a Nissan e a Mitsubishi de violação abusiva de seu contrato.

A ação foi aberta na Holanda porque o país é sede da NMBV, empresa subsidiária que foi aberta em 2017 para explorar as sinergias entre as duas montadoras e que foi dissolvida em março último. Ghosn pede uma indenização de 15 milhões de euros (US$ 16,8 milhões). Em janeiro, a Nissan e a Mitsubishi disseram que Ghosn recebeu, como administrador da NMBV, “uma remuneração total de 7.822.206,12 euros”.

Segundo a Nissan, que quer recuperar o montante indevidamente recebido, Ghosn fez um contrato por conta própria em 2018, “sem discutir com os outros membros do conselho de administração da NMBV”, no caso os presidentes da Nissan, Hiroto Saikawa, e da Mitsubishi Motors, Osamu Masuko.

Esposa

A mulher do presidente deposto da Nissan, Carlos Ghosn, novamente recorreu aos líderes mundiais, que se reuniram no Japão durante a cúpula do G20 no início do mês. Carole Ghosn tenta dar visibilidade ao caso do marido, que enfrenta denúncias no país por supostas irregularidades financeiras.

Ghosn, com nacionalidades francesa, libanesa e brasileira, nega as acusações e afirma ser vítima de um golpe do conselho da Nissan. Embora tenha sido solto da prisão sob pagamento de fiança, seu contato com a esposa continua limitado.

Carole recorreu aos líderes, inclusive o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente francês, Emmanuel Macron, a cobrarem o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pelo que ela várias vezes chamou de “sistema judiciário sequestrador” do país. Anteriormente, ela também disse que pediria ajuda ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

“Os direitos humanos básicos do meu marido foram violados. E tudo isso aconteceu porque algumas pessoas na Nissan estavam trabalhando para evitar uma fusão entre a Nissan e a Renault, que resultou em um golpe corporativo”, disse ela.

Seus comentários chegaram depois de Ghosn cancelar abruptamente o que teria sido sua primeira entrevista coletiva desde a prisão, em Tóquio, em novembro. Seus advogados citaram preocupações de que isso resultaria em retaliações das autoridades japonesas.

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