O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta sexta-feira (23) que se vencer, a vacina contra a covid-19 será gratuita para todos, como parte de sua estratégia para avançar contra o novo coronavírus.
“Uma vez que tivermos uma vacina segura e eficaz, terá que ser gratuita para todos, sem importar se você tem seguro ou não”, disse Biden, durante discurso a 11 dias das eleições presidenciais e em um momento em que o vírus deixou mais de 223.000 mortos nos Estados Unidos.
Debate
O último debate entre o presidente Donald Trump e o ex-vice-presidente Joe Biden, na última quinta-feira (22), ao fim, parece não ter causado grandes mudanças de opinião no eleitorado. Segundo pesquisas de opinião, o democrata saiu como o vencedor da noite, mas a mudança de estratégia republicana, que abriu espaço para um confronto civilizado — em contraste com o caótico encontro inaugural —, melhorou a percepção sobre o presidente.
O debate teve um público inferior ao primeiro embate entre os dois candidatos: 55,2 milhões de pessoas assistiram a Trump e Biden na noite de quinta somadas as seis emissoras, contra 62 milhões no anterior.
De acordo com a consulta do canal a cabo, 73% dos eleitores consideraram justos os ataques do ex-vice de Barack Obama contra Trump. Já as investidas do presidente contra Biden foram pior recebidas: 50% as consideraram justas e 49%, injustas. Boa parte delas diziam respeito aos negócios do filho do ex-vice-presidente, Hunter, no exterior.
O panorama, no entanto, não é de todo ruim para a campanha republicana. O desempenho de Trump foi mais bem recebido do que no primeiro debate, quando apenas 28% dos entrevistados consideravam que o presidente havia se saído melhor e 67% viram suas críticas como injustas.
Dos cinco debates gerais que participou — três contra Hillary Clinton, em 2016, e dois contra Biden — Trump perdeu em todos, segundo a CNN. A margem no último embate, no entanto, foi a segunda mais estreita, atrás apenas do último confronto de 2016, que deu uma vantagem de 13 pontos para a ex-secretária de Estado. Contudo, Trump venceu a eleição naquele ano no Colégio Eleitoral.
Mas não está claro se o desempenho será suficiente para Trump, que precisava de uma clara vitória na noite de quinta. A opinião favorável sobre Biden, que antes do debate estava em 55%, aumentou um ponto percentual após o confronto. Os números do presidente variaram um ponto percentual para baixo, passando de 42% para 41%.
Segundo o agregador de pesquisas Real Clear Politics, o presidente está 7,9 pontos percentuais atrás de Biden, e com mais de 50 milhões de votos antecipados no país, o cenário parece não favorecê-lo. A 11 dias da eleição, sua campanha começa a ficar sem dinheiro, enquanto os casos de covid-19 voltam a aumentar nos Estados Unidos.
Segundo a pesquisa da CNN, 57% dos entrevistados consideram Biden mais apto para lidar com a pandemia (48% preferem o presidente). Visto por 54% dos entrevistados como o mais capaz para solucionar os problemas do país, o democrata também teve ampla vantagem nos quesitos crise climática e combate ao racismo. Trump só saiu significativamente bem no que diz respeito à condução da economia — 56% consideram que ele se sairia melhor que o ex-vice-presidente.
Como era esperado, Biden se saiu melhor entre as mulheres, segundo a CNN: 60% das entrevistadas acreditam que ele foi o vencedor do debate. A vantagem também foi grande entre os eleitores independentes (55% a 36%), moderados (56% a 37%) e eleitores brancos com ensino superior (64% a 29%). Entre os idosos, grupo fundamental para a vitória de Trump em 2016, 46% preferiram o democrata e 43%, o presidente.