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“O cara que o Bolsonaro apoia tá querendo taxar o mundo inteiro”, diz o ministro da Fazenda sobre Trump

Haddad comparou a política dos EUA com as recentes medidas de Lula para reduzir impostos sobre alimentos. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alfinetou nessa sexta-feira (7/) a nova rodada de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Durante sua participação no podcast Flow, ele comparou a política protecionista dos EUA com as recentes medidas do governo brasileiro para reduzir impostos sobre alimentos, citando, inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O Trump está lá, taxando. Você vê que coisa, né? O cara que o Bolsonaro apoia nos Estados Unidos tá querendo taxar o mundo inteiro e Lula acabou de anunciar redução do imposto de alimentos”, afirmou Haddad.

As novas tarifas dos EUA, que entraram em vigor na última terça-feira (4), fazem parte de uma estratégia para fortalecer a indústria norte-americana e equilibrar relações comerciais. A medida prevê:

– Taxa de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México, com exceção da energia canadense, que será taxada em 10%;
– Taxa de 20% sobre importações da China;
– A taxação abrange cerca de US$ 1,5 trilhão em importações anuais, tornando-se a ação protecionista mais ampla da gestão Trump.

A decisão pode ter impacto na economia global e afetar as relações comerciais dos EUA com diversos países, incluindo o Brasil.

Embora o Brasil ainda não tenha sido diretamente atingido pelas novas tarifas, há preocupação com setores estratégicos da economia. Produtos como aço, alumínio, madeira e etanol estão no radar das sobretaxações.

O mercado de madeira pode ser um dos mais afetados, já que os EUA são o destino de 42,4% das exportações brasileiras do setor. O aço e o alumínio, dois dos principais produtos brasileiros exportados para os EUA, também correm risco de taxação.

No caso do etanol, a política de “tarifas recíprocas” defendida por Trump pode levar ao aumento da atual taxa de 2,5% sobre o produto brasileiro, em resposta à tarifa de 18% aplicada pelo Brasil ao etanol americano.

Enquanto os EUA adotam medidas protecionistas, o governo brasileiro anunciou uma série de ações para reduzir o preço dos alimentos. O vice presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, divulgou a isenção de impostos sobre itens básicos importados, incluindo:

– Café, azeite de oliva e óleo de girassol (antes taxados em 9%);
– Milho (7,2%);
– Açúcar (14%);
– Sardinha (32%);
– Biscoitos e massas alimentícias (16,2% e 14,4%, respectivamente);
– Carnes (10,8%).

Além disso, a cota de importação do óleo de palma foi ampliada de 65 mil para 150 mil toneladas para aumentar a oferta do produto no mercado. Outra medida adotada foi o fortalecimento dos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para evitar oscilações nos preços. As informações são do portal de notícias Metrópoles.

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