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O chefe da Organização Mundial da Saúde pede que qualquer avanço na vacina contra o coronavírus beneficie todos os países

"Uma vacina vai completar as outras ferramentas que temos, não substituí-las", disse o diretor-geral da OMS. (Foto: Reprodução)

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, nesta sexta-feira (13), que qualquer “avanço científico” alcançado na corrida pela vacina contra a covid-19 beneficie todos os países rapidamente.

“Nunca na história a pesquisa das vacinas avançou tão rápido”, celebrou Tedros Adhamon Ghebreyesus no fechamento da assembleia anual da OMS.

“Devemos demonstrar a mesma rapidez e o mesmo espírito de inovação para fazer com que todos os países se beneficiem deste avanço científico”, acrescentou.

“Não há dúvidas de que uma vacina será uma ferramenta essencial para controlar a pandemia e estamos animados com os resultados preliminares dos ensaios clínicos publicados nesta semana” pela Pfizer e BioNTech, declarou Ghebreyesus.

Menos de um ano após o escritório da OMS na China informar sobre a aparição da doença em dezembro, os laboratórios americano Pfizer e alemão BioNTech anunciaram uma vacina “90% eficaz” contra a covid-19, segundo os resultados preliminares de um ensaio ainda em andamento.

A pandemia de coronavírus deixa ao menos 1,29 milhão de mortos em todo o mundo.

Tedros indicou nesta sexta que a pandemia mostrou a urgência de estabelecer um “sistema mundial para compartilhar agentes patógenos e amostras clínicas para facilitar o desenvolvimento rápido” de tratamentos, vacinas e outras terapias, que seriam estabelecidas como “bens públicos mundiais”.

O diretor da OMS destacou que este “sistema não pode se basear em acordos bilaterais e sua negociação não pode demorar anos”.

Este sistema seria, no entanto, “voluntário” e seguiria certos critérios que precisam ser estabelecidos, acrescentou.

Os membros da OMS também aprovaram nesta sexta uma resolução sobre o reforço da preparação para situações de emergência sanitária.

Coronel na Anvisa

Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o coronel da reserva Jorge Luiz Kormann já apoiou publicações em redes sociais críticas à OMS e à CoronaVac, vacina em desenvolvimento contra a covid-19.

Em sua conta no Twitter, Kormann curte com frequência mensagens de apoiadores de Bolsonaro, como o ideólogo Olavo de Carvalho, o ex-ministro Abraham Weintraub e o blogueiro Allan dos Santos.

Várias das publicações curtidas têm críticas à OMS. Em agosto, ele curtiu um texto em que o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança afirma que a organização “se desqualificou ao ponto de poder ser extinta e ninguém notar” e que “levou consigo a credibilidade das agências nacionais, estaduais ou municipais”. Em junho, curtiu postagem em que o jornalista Luis Lacombe chama a OMS de “Desorganização Mundial da Saúde”.

Kormann também curtiu publicações em que o jornalista Guilherme Fiuza fala em “charlatões da OMS” e ironiza quem “acredita na parceria saudável da OMS com a ditadura chinesa”. Outras publicações de Fiuza curtidas criticam a estratégia de adotar o “lockdown” para diminuir o contágio do coronavírus.

Na semana passada, Kormann curtiu uma mensagem em que o empresário Leandro Ruschel afirma que o governador de São Paulo, João Doria, é um “China boy”. O Instituto Butantan, que desenvolve a CoronaVac em parceria com o laboratório chinês Sinovac, é vinculado ao governo de São Paulo.

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