Um dos piores pesadelos de um viajante, em tempos de pandemia do novo coronavírus, é contrair Covid-19 durante as férias, longe de casa. Mas se isso acontecer no Chipre, em pleno Mar Mediterrâneo, o governo local garante que irá pagar todas as despesas com hospedagem, alimentação e tratamento para o turista infectado e seus familiares.
Pelo menos é o que prometeu o ministro do Turismo do país, Savvas Perdios, num comunicado feito semana passada. O auxílio, no entanto, não se estende ao transporte para o aeroporto e ao voo de volta para o país de origem. De acordo com o governo cipriota, 100 leitos em hospitais seriam reservados para os turistas que testarem positivo para a doença. Os familiares destes ficariam em “hotéis de quarentena”.
A medida faz parte de um plano de tentar atrair mais visitantes para o país ainda durante o verão no Hemisfério Norte. Pontuado por belas praias, o Chipre tem pelo menos 15% de seu PIB na conta do turismo, e tem nos países do norte da Europa seu principal mercado.
Em 9 de junho, as fronteiras devem ser reabertas a visitantes de países considerados de baixo risco, como Alemanha, Grécia, Malta e Israel. Ainda assim, esses turistas deverão comprovar que testaram negativo para o vírus num período de até 72 horas antes da chegada ao país. A lista de países aprovados para visitar a ilha será atualizada semanalmente.
Itália
A Itália, que sofreu o pior surto da Europa, é o país que mais depende do poderio econômico de suas praias e mares. O turismo corresponde a 13% do produto interno bruto da Itália, e 40% desse total vêm do litoral. As autoridades e proprietários de balneários afirmam ter esperança de que os turistas estrangeiros gastem tempo e dinheiro no país depois que as fronteiras foram reabertas, no dia 3 de junho. Mas, enquanto os estrangeiros não voltam, os italianos é que precisam aproveitar as praias do país.
No dia 18 de maio, o governo italiano usou a queda na curva de infecções para justificar a permissão de que os Estados italianos reabrissem seus resorts à beira-mar. Os Estados reagiram com diferentes graus de cautela. A Toscana permitiu que reabrissem no dia 18 de maio, a Campânia no dia 23 de maio, Lazio no dia 29 de maio e a Sicília no sábado (6).
O governador da Sardenha, uma ilha que praticamente não registrou casos da doença, afirmou que os visitantes não precisariam passar por quarentena, desde que carregassem “passaportes de saúde”, sem explicar como esse documento funcionaria.
Porém o governo italiano também disse que qualquer aumento repentino nas infecções poderia levar a um novo lockdown, e o prefeito de uma cidade pequena na Puglia fechou as praias depois de uma “invasão” de banhistas, muitos dos quais estariam “usando as máscaras como se fossem colares”, afirmou.
Os italianos esperam há meses pela oportunidade de voltar às praias e estão obcecados com a possibilidade de aproveitar o verão desde que o lockdown começou, em março.