Ícone do site Jornal O Sul

O Congresso cria uma CPI do BNDES para investigar os empréstimos à JBS/Friboi

Foco do colegiado serão os empréstimos do banco estatal ao grupo privado. (Foto: AE)

No início de uma sessão desta semana no Congresso Nacional, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), leu o ato de criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao grupo JBS/Friboi. A partir de agora, líderes partidários na Câmara dos Deputados e no Senado terão de indicar os membros do colegiado, que deverá ser composto por 16 parlamentares de casa Casa e igual número de suplentes. A expectativa é de que o colegiado comece a funcionar na próxima semana.

Como é praxe, os dois principais autores do pedido de instalação da CPMI, o deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO) e o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), devem comandar o colegiado. Segundo Baldy, o acordo é para que ele seja o relator principal da comissão e o senador tucano, o presidente.

Os focos da CPI serão fiscalizar os contratos de empréstimos do BNDES às empresas do grupo J&F, holding que controla a JBS, o acordo de delação premiada dos donos e executivos da JBS, as operações no mercado de dólar e na Bolsa de Valores dos donos da empresa dias antes da delação ser divulgada e possíveis irregularidades fiscais e previdenciárias dessas empresas.

Oliveira e Baldy afirmam que um dos primeiros atos do colegiado deve ser a convocação dos atuais e ex-executivos e acionistas de empresas do grupo J&F, os irmãos Joesley e Wesley Batista, bem como executivos, ex-executivos do BNDES, inclusive o novo presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro, que assume o cargo nesta quinta-feira.

A CPMI faz parte do pacote de retaliação articulado no Congresso contra a JBS, que envolve também fiscalização da companhia por outras comissões temáticas do Legislativo e uma proposta que obriga delatores a devolverem o dinheiro que lucraram no mercado com ajuda de informações privilegiadas de suas delações.

Sair da versão mobile