Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu a expulsão do “embaixador venezuelano no Brasil” e se queixou da presença de autoridades ligadas ao governo Nicolás Maduro em eventos das Forças Armadas. As informações são do jornal Valor Econômico.
O provável futuro embaixador do Brasil nos EUA também usou uma metáfora inusitada para definir as conversar promovidas pela Noruega entre o governo chavista e a oposição.
“Isso é tipo negociar com estuprador. É como falar não bota tudo, não, bota só metade. Isso é negociação, gente?”, disse. “Não existe meio termo com criminoso.”
A Venezuela está sem embaixador no Brasil e é representada por Freddy Efrain Meregote Flores, encarregado de negócios.
O filho 03 do presidente Jair Bolsonaro deu as declarações durante debate sobre a situação da Venezuela no colegiado.
Ele defendeu que a embaixada venezuelana seja ocupada por María Tereza Belandria, designada pelo líder opositor e autodeclarado presidente Juan Guaidó como sua representante diplomática no país.
Legítimo, mas sem força
O Brasil e outros países reconhecem Guaidó como legítimo, mas ele tem perdido força internacionalmente e não conseguiu se consolidar no poder desde que se proclamou presidente, em janeiro.
“Eu não sei por que o governo brasileiro ainda não expulsou o embaixador venezuelano no Brasil”, disse Eduardo. “A partir do momento em que Jair Bolsonaro reconhece como o presidente legítimo da Venezuela Juan Guaidó, eu não sei por que não está dentro da embaixada a embaixadora Belandria.”
Em seguida, Bolsonaro voltou suas críticas aos militares.
“Eu não sei por que as Forças Armadas continuam chamando e convidando autoridades venezuelanas para que em público venham a prestigiar eventos das Forças Armadas”, afirmou.
Fontes do governo explicam que militares venezuelanos seguem fazendo cursos e participando de eventos das Forças Armadas, apesar da rusga entre os dois governos. Era a isso que Eduardo se referia.
O deputado disse ainda que não defende uma intervenção militar na Venezuela, mas afirmou ser a favor de outras medidas retaliatórias para “retirar o narcoditador Maduro do poder”.
“Ninguém quer a guerra e ninguém está falando aqui em invasão da Venezuela. Nós temos que trabalhar duro para congelar todas as economias fruto de atividades criminosas”, afirmou. “Quanto mais ele se perpetuar, mais venezuelanos vão morrer de fome.”

