Dinheiro da Suécia circula desde janeiro livremente no Brasil. É que o real brasileiro, especificamente das notas azuis de R$ 2. Cem milhões dessas cédulas foram importadas de uma empresa sueca e já estão na praça. Colecionadores de notas e moedas pagam até R$ 4,99 por essa novidade com sotaque diferente. Em setembro do ano passado, o Banco Central estava preocupado com a capacidade da Casa da Moeda de imprimir dinheiro.
Após uma série de problemas que foram desde a quebra de equipamentos até a descoberta de um esquema de corrupção dentro da estatal para direcionar licitações, o governo editou uma Medida Provisória que autorizou o BC a importar cédulas. Dias depois da assinatura, o BC fechou contrato com a sueca Crane AB para fornecer 100 milhões de cédulas de R$ 2 ao custo de R$ 20,2 milhões.
Sem licitação, a compra foi feita em caráter de emergência para que o BC pudesse cumprir o cronograma de suprimento de cédulas do ano passado. A MP permite a importação sempre que a Casa da Moeda atrasar a entrega de notas ou moedas contratadas em 15%.
Para identificar o real estrangeiro, basta olhar a série no verso das cédulas. Se a numeração começar com “DZ”, o dinheiro foi feito na Suécia. Outra maneira é observar o canto direito onde a inscrição “Casa da Moeda do Brasil” foi substituída por “Crane AB”. Apesar de alguns pagarem ágio nas notas importadas, essas cédulas não são tão raras assim.
Segundo o BC, foram produzidas 100 milhões na Suécia e atualmente circulam 948,5 milhões de notas de R$ 2 da família criada em 2010. Então, grosso modo, uma a cada dez cédulas em circulação é sueca. (AG)
