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O diplomata demitido pelo Ministério das Relações Exteriores foi preso por violência doméstica em Brasília

Renato de Ávila Viana ficará detido por tempo indeterminado. Mandado foi autorizado pelo Juizado de Violência Doméstica; ele cumpria medida protetiva. (Foto: Reprodução)

Foi preso na terça-feira (16) pela Lei Maria da Penha o diplomata demitido pelo Itamaraty Renato de Ávila Viana. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, a prisão do ex-primeiro-secretário, de 42 anos, é preventiva – por tempo indeterminado.

O mandado foi autorizado pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Núcleo Bandeirante, no processo de 2016 em que ele é acusado de agredir uma ex-namorada – ela chegou até a perder um dente. Viana cumpria medida protetiva, tinha sido preso em flagrante à época, mas foi solto.

A decisão para prendê-lo novamente, dois anos depois, ocorreu para “garantir a ordem pública”, informou a delegada da Mulher, Sandra Gomes. “O Ministério Público e o juiz entenderam que, depois desse caso, em 2016, ele vem cometendo crimes semelhantes, mesmo que seja contra outras mulheres.”

A delegada se refere a um episódio de setembro deste ano, em que o diplomata foi preso por desacato, lesão corporal e violência contra a mulher. Ainda de acordo com a investigadora, todos os inquéritos contra o diplomata já foram concluídos e remetidos à Justiça.”Tudo contra ele já está em processo de julgamento.”

Ao ser demitido pelo Itamaraty após o caso, Viana foi enquadrado por improbidade administrativa e por “descumprimento das normas que disciplinam a conduta pessoal e a vida privada do servidor público”. Além deste caso, ele responde a pelo menos outros três processos na Justiça do DF.

Desacato

Em um vídeo gravado em setembro, no momento da primeira prisão, é possível ver policiais militares arrombando a porta do apartamento onde teria ocorrido a agressão, na 304 Norte, no Plano Piloto. As imagens mostram o diplomata sendo preso e algemado.

“Arrombamos a porta porque a própria vítima não quis abrir, então não sabíamos se ela estava sobre grave ameaça”, relatou o porta-voz da PM major Michello Bueno. A PM disse, ainda, que o diplomata chamou os policiais de “safados”.

“Quando entramos, ela estava com braço todo machucado, e por isso os policiais o algemaram logo.”

À época, a advogada do diplomata, Dênia Magalhães, disse que a namorada dele tem Transtorno de Personalidade Borderline e sofre de surto psicótico. A tentativa de controlá-la teria sido interpretada pelo vizinhos como violência. A namorada não se pronunciou na ocasião.

Na ocasião, a ADB (ssociação dos Diplomatas Brasileiros) divulgou uma nota pública em repúdio aos atos de violência e discriminação contra as mulheres, que teriam sido praticados pelo primeiro-secretário do Itamaraty.

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