Controlada até pouco tempo atrás por Fernando Cavendish, de Pernambuco, um empresário pernambucano com fama de estrategista arrojado, a empreiteira Delta experimentou uma ascensão vertiginosa. Antes mesmo da Operação Lava-Jato, porém, a receita de seu sucesso começou a ser desmascarada por uma investigação federal que associou os milionários contratos da Delta a propinas pagas par a autoridades.
Em prisão domiciliar há seis meses, Cavendish ainda negocia a sua delação premiada com os procuradores do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, mas o acordo já promete revelações capazes de abalar a rotina de governadores, prefeitos e parlamentares.
Ele garante ter repassado dinheiro a Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara dos Deputados. A Delta começou a caminhada em direção ao sucesso quando Cesar Maia, pai de Rodrigo, foi prefeito do Rio de Janeiro, nas décadas de 1990 e 2000. Nesse período, a empreiteira obteve contratos de grandes obras, como a construção do estádio Engenhão. Em troca, teria feito “agrados” à família Maia.
Maia reagiu com irritação à possível citação de seu nome na delação de Cavendish. “Isso é inacreditável! Eu jamais negociei ou recebi qualquer dinheiro desse sujeito”, assegurou o parlamentar em entrevista à imprensa.