O empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, entrou para a lista de bilionários da revista americana Forbes. Na posição 1.057, ele tem uma fortuna estimada em US$ 2,2 bilhões. Com mais de 100 lojas no Brasil, a rede cresceu nos últimos anos abrindo unidades em cidades pequenas e médias.
A edição de 2019 da lista, divulgada na terça-feira, também confirma o banqueiro Joseph Safra no posto de mais rico do Brasil, com uma fortuna de US$ 25,2 bilhões e na 31ª posição. Ele já havia ultrapassado Jorge Paulo Lemann, do 3G, na lista em tempo real, que acompanha as fortunas dos bilionários dia a dia. No ranking anual, Lemann aparece no 35º lugar, com US$ 22,8 bilhões.
Hang disse que seu objetivo é proporcionar “uma experiência que vai além de fazer compras”. O estilo da rede é inspirado nos principais símbolos dos EUA. Por isso, a entrada de algumas das lojas conta com uma réplica da Estátua da Liberdade de Nova York. A Havan foi fundada em 1986. Em 2017, a companhia obteve receita de cerca de US$ 1 bilhão.
O empresário foi um dos apoiadores da candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em novembro do ano passado, o empresário se envolveu em polêmica relacionada ao pedido de votos para o então candidato. Com isso, o MPT- SC (Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina) entrou com ação civil pública contra as lojas Havan.
De acordo com o órgão, foi comprovado que a empresa realizava “pesquisa eleitoral com identificação dos seus empregados e praticava assédio moral com fins de interferir no livre exercício do direito de voto nas eleições 2018”. Os procuradores pediram indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 25 milhões e por danos morais individuais — R$ 5 mil para cada um dos 15 mil trabalhadores da rede.
De operário a bilionário
Hang comentou em seu perfil no Instagram a chegada à lista. Confira:
“De operário para a lista de bilionários da Forbes. Nasci em uma família pobre e de operários em Brusque (SC). Tive dificuldades para aprender a ler e a escrever na infância, devido à dislexia. Meu primeiro emprego foi de operário, na Fábrica Renaux, a mesma que trabalharam meus avós e meus pais. Fiquei lá por sete anos. Perdi as contas de quantas vezes fui trabalhar com o par de sapatos furados. De operário fui vendedor. Me apaixonei pelo ofício. Logo vendia de tudo, desde tecidos aos carros e ar-condicionados dos donos da fábrica. Aos 21 anos abri minha primeira empresa: uma fábrica de tecidos. Aos 24, a primeira loja da Havan, com apenas 45m². Não parei mais. Vivo para investir na Havan e gerar empregos e renda. Recebo a notícia que estou entre os bilionários da lista da Forbes com alegria, porque é fruto de muito trabalho e persistência, mas nada muda em minha vida. Há muito tempo não trabalho mais por dinheiro e sim por um objetivo e por um sonho. Vou seguir minha vida com humildade e trabalhando ainda mais.”
Mais brasileiros na lista
A Forbes lembrou que o Brasil somou 58 bilionários neste ano, totalizando fortunas de US$ 175 bilhões. Na última edição da revista, foram 42 brasileiros no ranking. Apesar do avanço, o País ainda está longe do recorde de 65 empresários apontados no levantamento em 2014.
A Forbes destacou a presença de Luiza Helena Trajano, a maior acionista das lojas Magazine Luiza. Ela está na posição 1.425, com fortuna estimada em US$ 1,6 bilhão.
Outro destaque foi a chegada de Samuel Barata ao ranking. Ele é acionista da rede Drogarias DPSP, a segunda maior do País, com mais de mil lojas, criada após a fusão de Drogarias Pacheco com Drogarias São Paulo. A empresa registrou alta de 11% na receita em 2017, totalizando US$ 2,4 bilhões. Assim, Barata ficou na posição 1.818, com fortuna estimada em US$ 1,2 bilhão.
A Forbes também destacou três integrantes de uma mesma família na área da saúde. Eles comandam a Hapvida, que abriu seu capital na Bolsa de Valores no ano passado. O oncologista Candido Pinheiro Koren de Lima comanda o grupo e ficou na posição 1.008, com fortuna estimada em US$ 2,3 bilhões. Seus dois filhos (Cândido Pinheiro Koren de Lima Júnior e Jorge Pinheiro Koren de Lima) ficaram na posição 1.818, com fortuna de US$ 1,2 bilhão cada.
Os fundadores da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista, envolvidos em casos de corrupção com políticos, estrearam graças ao aumento na demanda por carne bovina na China e nos Estados Unidos, segundo a Forbes. Eles estão na posição 1.717, com fortuna estimada em US$ 1,3 bilhão cada.
Na lista, os três primeiros colocados entre os bilionários continuam sendo Jeff Bezos, dono da Amazon, com US$ 131 bilhões; Bill Gates, da Microsoft, com US$ 96,5 bilhões; e o investidor Warren Buffett, com US$ 82,5 bilhões. Segundo a revista, há hoje no mundo 2.153 bilionários, 55 a menos que um ano atrás. Deles, 994 têm menos bilhões do que tinham em 2018.
