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O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse que os institutos de pesquisa suspenderam a divulgação de sondagens eleitorais por “vergonha” do processo que barrou a candidatura de Lula à Presidência

“Agora nem estão divulgando mais pesquisa de vergonha pelo que eles fizeram”, disse Haddad. (Foto: Lula Marques/AGPT/Fotos Pública)

Em discurso para metalúrgicos na portaria da Ford, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou que institutos de pesquisa suspenderam a divulgação de sondagens eleitorais por “vergonha” do processo que barrou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça Eleitoral.

“Agora nem estão divulgando mais pesquisa de vergonha pelo que eles fizeram”, disse Haddad nesta quarta-feira (05), em carro de som em frente à montadora. O ex-prefeito é candidato a vice e possível substituto de Lula na corrida à Presidência.

Na terça-feira (04), o Ibope anunciou que não divulgaria pesquisa que foi a campo após registrar um questionário apresentando Lula como candidato em um cenário e Haddad em outro e indo a campo apenas com o cenário em que o ex-prefeito é o nome do PT na disputa. O Datafolha também anunciou que cancelou pesquisa que seria divulgada nesta semana.

Condenação

Haddad foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A acusação da Promotoria é um novo desdobramento da investigação envolvendo a UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa, que teria pago uma dívida de R$ 2,6 milhões da campanha de 2012 à Prefeitura com recursos de caixa 2.

“Prefeito da cidade de São Paulo, recém-eleito (2013), detendo o poder de, em razão de suas funções, ainda que em perspectiva de hipótese e mesmo que não se concretizasse, qualquer contrapartida para a empresa UTC Empreiteira S.A., solicitou e recebeu indiretamente, vantagem indevida de R$ 2.600.000,00. Depois, agiu por interpostas pessoas de forma a dissimular a natureza, a origem, a localização e a movimentação dos valores provenientes, direta e indiretamente, daquela infração penal”, diz trecho da nova denúncia contra o atual candidato a vice-presidente na chapa petista.

Segundo o promotor Marcelo Batlouni Mendroni, “nesse contexto de dissimulação, ocorreu o pagamento, em parcelas, da vantagem indevida no valor de R$ 2.600.000,00; de forma direta em favor do PT e de forma indireta em favor do ex-prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad, que foi o beneficiário final dos pagamentos e quem, exercendo o cargo de prefeito, e em razão desta função, detinha domínio a respeito de fatos que poderiam resultar em benefícios de contraprestação à Empreiteira UTC Engenharia S.A.”.

Além de Haddad e Pessoa, foram denunciados também o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor financeiro da UTC Walmir Pinheiro e o ex-deputado estadual pelo PT Francisco Carlos de Souza, o Chicão. A acusação afirma que gráficas controladas por Chicão “foram utilizadas para o final recebimento de parte da propina de R$ 2.600.000,00; sendo que outra parte foi recebida diretamente por ele, nas dependências da própria empresa UTC Engenharia S.A., em dinheiro em espécie”.

 

 

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