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O general Mourão contraria Bolsonaro e grava um vídeo em apoio ao candidato ao governo de São Paulo João Doria

Segundo Mourão, não faz parte da política externa brasileira “intervir” em questões internas de outros países. (Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini)

Em seu primeiro vídeo de apoio ao candidato do PSDB ao governo de São Paulo nas eleições 2018, João Doria, o general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa Jair Bolsonaro (PSL), gravou um vídeo, que será divulgado pelo seu partido, em que pede votos para o candidato ao governo de São Paulo usando o nome do presidenciável. No material que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, Mourão diz que “para um Brasil de Jair Bolsonaro presidente”, São Paulo deve ter Doria como governador. O apoio contraria determinação do próprio postulante à Presidência que, temeroso de perder votos, decretou neutralidade nas disputas estaduais.

Durante os dois minutos de gravação, Mourão enumera várias qualidades de Doria, em sua visão, e cita duas vezes o nome do presidenciável Jair Bolsonaro. “Para o Brasil da verdade, da honestidade, da responsabilidade e da lealdade, ou seja, o Brasil que todos nós queremos, o Brasil de Jair Bolsonaro presidente, temos que ter em São Paulo, como um grande peão dos estados da federação, João Doria como o seu novo governador”, afirmou.

Bolsonaro já informou que não apoiará Doria e que se manterá neutro da disputa em São Paulo, embora tenha afirmado que Márcio França (PSB) “tem apoio do PT”. No material, que também será utilizado pela campanha de Doria, o general disse ainda que o candidato do PSDB é um homem “que tem grandes características que nós militares e qualquer ser humano consideram fundamentais, como a coragem e a moral”.

“Precisamos desse tipo de gente com coragem, de enfrentar o que tem que ser enfrentado. João Doria é um administrador comprovado, conhece os meandros da administração pública”, disse.

Mourão ainda sustentou que São Paulo será administrado “impecavelmente” por Doria, dentro de princípios que balizam administração pública, como a legalidade, impessoalidade, moralidade e a publicidade. “Os recursos públicos serão empregados de forma correta”, declarou.

Quarto nome

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, confirmou nesta sexta-feira (19) o quarto nome de seu possível ministério. Trata-se de Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, tenente-coronel da reserva, que deverá assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia, se Bolsonaro for eleito.

“Está na iminência de nós nos acertamos. É um patriota, tem conhecimento e vontade de mudar as coisas e tem uma iniciativa muito grande”, disse Bolsonaro em entrevista à Rede Bandeirantes.

Na entrevista, o candidato do PSL também disse que, caso eleito, pretende reduzir os 23 mil cargos comissionados na administração federal. Não disse para quanto, mas sugeriu a metade.

“Temos em torno de 23 mil e pelo menos metade nós cortaremos. Nós achamos que o número é exagerado para as necessidades do Brasil”, afirmou.

Além do tenente-coronel Pontes, Bolsonaro já havia confirmado outros três nomes dos 15 ministros que pretende ter: Paulo Guedes para a pasta de Economia, Onyx Lorenzoni para a Casa Civil, e o general da reserva Augusto Heleno para a Defesa.

O candidato também disse que irá fundir as pastas da Agricultura e Meio Ambiente e que o escolhido para a pasta será um nome sugerido pelo setor do agronegócio.

Bolsonaro voltou a afirmar que não participará de debates na televisão, pois, segundo ele, tem informações de que poderá sofrer outro atentado.

“Não vou arriscar a minha vida para satisfazer uma vontade dele [referindo-se ao adversário na disputa presidencial, Fernando Haddad, do PT). Tenho indícios que chegam para mim de fontes confiáveis de que um novo atentado pode acontecer”, afirmou.

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