O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), teve sua cidadania italiana cassada pelo governo da Itália após a operação contra fraudes prender sete brasileiros no país europeu no mês passado. O político estava entre as 800 pessoas investigadas por suspeita de fraude no processo de reconhecimento da cidadania italiana. Todos tiveram os passaportes cassados sob a acusação de pagar uma quadrilha para obter o documento. Segundo a defesa de Zema, ele ficou sem o passaporte italiano durante seis meses, mas agora sua situação já está regularizada.
“O processo do senhor Romeu e de todos os familiares da família Zema já foi regularizado perante a administração pública italiana comprovando, desta forma, as suas raízes na Itália e o seu direito ao reconhecimento de nacionalidade italiana”, disse o advogado do governador, Eduardo Chelotti, que está em Roma para tratar o caso.
No último dia 26 de março, as autoridades italianas prenderam os brasileiros sob a acusação de suborno a cartórios, servidores públicos e policiais para agilizar o processo de cidadania. Para obter o passaporte, as pessoas precisavam pagar um valor de R$30 mil. A operação, batizada de “Super Santos”, ainda revelou que na lista de beneficiários do esquema estão juízes, promotores e até um jogador que morreu no acidente com o avião da Chapecoense, em 2016. “Com relação ao senhor Romeu, a situação já está regular e não posso dar maiores informações por motivos de ordem contratual”, disse Chelotti à imprensa brasileira.
Dívida
Às vésperas de completar 100 dias à frente do Palácio Tiradentes, o governador Romeu Zema tem um novo desafio: conseguir dinheiro para honrar o acordo fechado na quinta-feira (04) para pagar uma dívida de R$ 7 bilhões com centenas de prefeitos.
O acerto prevê o parcelamento mensal dos recursos devidos de ICMS, IPVA e Fundeb, começando em janeiro de 2020 e terminando em setembro de 2022. Embora tenha cedido aos prefeitos e tirado do documento oficial a obrigatoriedade de o estado aderir ao regime de recuperação fiscal do governo federal para fazer os depósitos aos municípios, Zema admitiu que ficará “extremamente difícil” cumprir os termos se o alívio financeiro não chegar. Esta não é a primeira vez que Zema tem problemas com sua cidadania italiana. Em fevereiro de 2018, ele teve seu documento cancelado pelos mesmos motivos.
O acerto foi fechado em meio à maior crise fiscal do estado, depois de três meses de intensa pressão dos prefeitos e dos deputados estaduais. Zema precisou recorrer à articulação política, que ficou a cargo do PSDB, e ao Judiciário, que afiançou os termos.
