Apontado como exemplo de “renovação política” dentro do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse neste sábado (7) que estará em 2022 onde o partido desejar. “Nos bastidores ou no palanque, eu vou dar minha contribuição. Mas no momento, meu foco integral é no governo do Rio Grande do Sul”, afirmou no congresso nacional que a legenda realizou em Brasília.
Leite tem sido alçado a “concorrente interno” do governador de São Paulo, João Doria, para a cabeça da chapa que concorrerá à Presidência da República em 2022. O governador gaúcho já foi elogiado como exemplo de “renovação política” pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, também dirigiu afagos públicos a Leite e, em entrevista ao jornal Valor Econômico, disse que Doria não era a única alternativa do partido para as próximas eleições presidenciais.
“É natural que a gente comece a olhar para o processo eleitoral futuro, 2022. O que eu mais quero colaborar é em construir uma agenda em que eu me veja pessoalmente representado e que eu acho que o PSDB representa: a moderação, a possibilidade de construir políticas sociais com uma política econômica moderna. Acho que isso é possível e eu vou dar minha colaboração, seja nos bastidores, seja de forma mais viva na vitrine onde me posicionarem”, disse Leite.
Questionado sobre qual seria essa vitrine, o governador gaúcho disse que pode trabalhar em alguma coordenação ou até “participar ativamente com candidatura”. Ao se eleger para o governo do Rio Grande do Sul, Leite prometeu na campanha que não buscaria a reeleição. Ele já foi prefeito da cidade gaúcha de Pelotas, posto para o qual não tentou o segundo mandato.
Leite defendeu a realização de prévias eleitorais para decidir qual será o candidato do partido, sem citar nomes. “É legítimo e importante que se façam prévias (eleitorais). O partido tem que estar aberto à participação de seus filiados”, afirmou.
‘Agenda conciliadora’
Durante congresso do PSDB, Eduardo Leite defendeu a construção de uma agenda conciliadora. O tucano disse não concordar que o congresso da legenda signifique um aceno à direita. “É possível unir perfil liberal na economia e ser progressista nos costumes”, afirmou. “Não há que se escolher entre o Estado ser forte e atuar na vida das pessoas para promoção social ou dar espaço à iniciativa privada. Você pode conjugar (as duas coisas), e é isso que o PSDB representa.”
Para ele, um partido político precisa ter disposição para mudanças e para “rever alguns conceitos”.
