Ícone do site Jornal O Sul

O governador gaúcho conheceu de perto o funcionamento do porto de Montevidéu, no Uruguai

Eduardo Leite iniciou nessa terça-feira a sua primeira viagem oficial ao país vizinho. (Foto: Rodger Timm/Palácio Piratini)

Na tarde desta terça-feira, o governador gaúcho Eduardo Leite iniciou uma série de atividades previstas na agenda de sua primeira viagem oficial ao Uruguai, com duração de dois dias. O seu primeiro compromisso foi uma visita ao porto da capital, Montevidéu, inaugurado há 110 anos e que hoje é o principal do país e uma das mais importantes rotas de mobilização de carga no Mercosul.

Antes de conhecer as instalações, ele foi recebido pelo embaixador do Brasil no país vizinho, Antônio José Ferreira Simões, e por Alberto Diaz, presidente da ANP (Administração Nacional de Portos do Uruguai), responsável pelo gerenciamento da unidade.

“Queremos viabilizar a utilização da Lagoa dos Patos como forma de transporte hidroviário”, declarou Leite. “Para reduzir os custos logísticos, uma das alternativas é fazer com que Porto Alegre seja inserida na rota marítima, facilitando o transporte de carga oriundo da Serra e da Região Metropolitana.” De acordo com o Palácio Piratini,a expectativa é de que essa inserção ocorra em até três meses.

A visita teve por objetivo conferir de perto o modelo de parceria utilizado no local, já que o governo do Rio Grande do Sul tem buscado alternativas de desenvolvimento econômico, apostando na participação da iniciativa privada. Eduardo Leite e sua equipe ouviram de Alberto Diaz, com direito a várias perguntas, alguns detalhes sobre o controle da ANP nos terminais portuários, bem como o processo de concessão.

A comitiva oficial é composta pelos secretários Claudio Gastal (Governança e Gestao Estratégica), Juvir Costella (Logística e Transportes), Ruy Irigaray (Desenvolvimento Econômico e Turismo) e Ana Amélia Lemos (Relações Federativas e Internacionais). Também participam Paulo Morales (chefe de Gabinete) e Fernando Estima (superintendente do Porto de Rio Grande), bem como deputados estaduais e federais.

Situação

O porto de Montevidéu permite a livre circulação e destinação de bens e também não cobra obrigações aduaneiras, taxas ou impostos pelas mercadorias que entram em território uruguaio. Somente quando as mercadorias são introduzidas no território aduaneiro nacional é que estão sujeitas aos impostos, uma vez que são consideradas importações.

Nos últimos anos, o porto vem passando por melhorias estruturais que se estenderão até o ano de 2035. Dentre as obras previstas está a construção de novos acessos e terminais.

Programação

Em seguida, o governador gaúcho visitou um barco com capacidade para 10,5 mil toneladas de carga e no qual esta entra e sai sobre rodas, por rampas de acesso a aberturas móveis no casco, em um sistema conhecido como “roll-on-roll-off”. Na avaliação de Leite, trata-se de uma oportunidade de viabilizar a hidrovia em maiores quantidades de transporte para, com isso, alavancar outros investimentos no próprio sistema.

O superintendente do Porto de Rio Grande, Fernando Estima, explicou que o Rio Grande do Sul tem interesse em ampliar o uso das hidrovias gaúchas, facilitando a logística de transporte de cargas. “O Estado precisa buscar alternativas de desenvolvimento, e a redução do custo logístico é uma pauta que o governador tem defendido”.

A pauta da reunião foi a implementação de uma rota entre Buenos Aires (Argentina), Montevidéu, Rio Grande e Porto Alegre. “Em vez de aprofundarmos os canais, o ideal é procurarmos as embarcações apropriadas para navegar nas nossas hidrovias”, frisou Estima. A intenção é buscar uma aproximação entre a empresa operadora dos barcos e os empresários gaúchos. Temos uma cultura exclusivamente rodoviária, e precisamos mudar essa mentalidade.”

(Marcello Campos)

Sair da versão mobile