O governo da França anunciou, nesta quinta-feira (28), a reabertura de bares, cafés e restaurantes, com algumas restrições, a partir de 2 de junho, após quase dois meses e meio de fechamento pela pandemia de coronavírus.
Em todo país, estes estabelecimentos poderão receber dez pessoas por mesa. À exceção fica por conta de Paris, onde apenas os terraços estarão autorizados a receber clientes por enquanto.
Os museus e monumentos serão reabertos em 2 de junho, mas com o uso obrigatório de máscaras.
Salas de exposições e teatros também voltarão a receber o público, salvo na região de Paris, uma das mais atingidas pela pandemia.
Foram quase dois meses e meio de fechamento pela pandemia de coronavírus.
O primeiro-ministro francês Édouard Philippe anunciou nesta quinta que a França é “a favor” que as fronteiras internas da Europa sejam reabertas a partir de 15 de junho, sem quarentena imposta aos viajantes.
“Vamos aplicar a reciprocidade” se alguns países impuserem uma quarentena de 14 dias aos franceses, disse Philippe.
Quanto às fronteiras externas, “a decisão será tomada coletivamente com todos os países europeus até 15 de junho”, afirmou.
Investimentos bilionários
O governo francês lançou na segunda-feira (25) sete semanas de debates para buscar soluções contra decadência do sistema hospitalar da França, evidenciada na crise do coronavírus. Diante de 300 participantes reunidos em videoconferência, o primeiro-ministro Édouard Philippe confirmou que o Estado vai investir “maciçamente” no setor, mas não revelou o montante dos investimentos.
O premiê julga necessário acelerar os projetos propostos para redinamizar o setor hospitalar francês e promete apoiar os estabelecimentos na busca de soluções contra sua enorme dívida. Em 2019, o governo havia anunciado um primeiro “plano” que previa a exoneração de um terço da dívida dos hospitais públicos, isto é, um alívio de € 10 bilhões, além de investimentos de € 150 milhões por ano.
“Temos que ir além desta promessa”, estimou Édouard Philippe ao abrir o debate chamado de “Ségur da Saúde”, em uma alusão ao endereço do ministério da Saúde (avenida Ségur em Paris). “Lançaremos um vasto plano de ajuda ao investimento que completará a exoneração da dívida”, garantiu o chefe do governo.
O primeiro-ministro não revelou o montante do pacote, mas detalhou que uma parte dele deve ser dedicada a projetos locais, para “acelerar a cooperação entre as cidades, os hospitais e os serviços médicos e sociais, assim como a colaboração entre o público e o privado”. Ele salientou que o objetivo não é a construção de novos estabelecimentos, mas orientar e acabar com o endividamento que atinge € 30 bilhões.
Iniciativa de Macron
A conferência sobre a saúde foi uma iniciativa do presidente Emmanuel Macron. A pandemia do coronavírus revelou hospitais públicos franceses, que já foram considerados os melhores do mundo, em péssimo estado. Além da falta de material de proteção, como máscaras e blusas, e de medicamentos, a crise evidenciou a diminuição de leitos, principalmente em UTIs, e a pauperização dos profissionais de saúde. Os salários das enfermeiras francesas são os mais baixos entre os países europeus da OCDE.
Em 25 de março, Macron havia prometido durante uma visita a um hospital de Mulhouse, uma das regiões francesas mais atingidas pela epidemia, um “importante plano de investimentos” para o setor após a crise do coronavírus. Segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran, o projeto visa tanto os hospitais quanto as casas de repouso (Ehpad). Olivier Véran havia antecipado um plano de ajuda de € 13 bilhões.
