O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), declarou nesta segunda-feira que o governo contabiliza ter, entre os partidos da base aliada, cerca de 325 votos favoráveis à reforma da Previdência, que pode ser votada já na próxima semana. Nas contas do presidente da Câmara dos Deputados, existem ainda outros 45 a 50 deputados que não integram nem a oposição nem a base aliada, e que podem ser trabalhados pelo governo federal até lá.
“O governo precisa trabalhar a base e esses [outros] partidos para que a gente possa chegar na votação com um número parecido com 330 e poder ir a Plenário”, disse Maia, que participou de um evento da Cebrasse (Central Brasileiro do Setor de Serviços), na zona sul da capital paulista.
“É a última chance desse ano votar na próxima semana, se conseguirmos os números”, acrescentou o parlamentar, ponderando que, caso não seja possível a votação ainda em 2017, o tema deve voltar no ano que vem. Maia disse que estava pessimista em relação à votação da Previdência até sábado, mas que ficou “realista” depois das reuniões do domingo.
“Não dá ainda para ser otimista. Mas acho que temos um caminho para chegar à votação. Não há reforma da Previdência sem comprometimento claro do governo e o presidente Temer em nenhum momento falhou nessa pauta. Ontem ele provou isso”, disse Maia.
Maia disse ainda que o embate do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o PSDB, antecipando as eleições de 2018, só atrapalha neste momento e que, “sem o PSDB, o governo não tem nenhuma condição de aprovar” a reforma.
“Com todo respeito ao Meirelles, o embate neste momento não colabora, atrapalha. O PSDB é um partido importante, nos ajuda, votou conosco as reformas mais importantes que votamos. Não se deve tratar partido nenhum de forma desrespeitosa. Ninguém. Mas principalmente quem tem convergência ideológica com o nosso tema. Sem o PSDB não temos nenhuma condição de aprovar a Previdência. Se está se trabalhando para se excluir o PSDB, está se trabalhando contra a reforma da Previdência”, defendeu Maia.
“Vamos deixar a eleição para 2018, estamos muito longe. A crise política é muito profunda e qualquer tentativa de tratar a eleição neste momento mais atrapalha o que ajuda”, disse.
PSDB
O PSDB já é considerado fora da base do governo. No último sábado (2) o futuro presidente do partido, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin esteve com o presidente Michel Temer na cerimônia do Minha Casa, Minha Vida, em Limeira (SP). Alckmin evitou falar sobre a saída.
“Quero dizer ao presidente Temer que conte conosco, a boa política é buscar entendimento, entendimento para resolver os problemas do Brasil e melhorar a vida das pessoas”, afirmou.
Durante o evento, os dois riram conversaram e depois ainda tiveram uma conversa reservada em um dos trajetos da viagem. A negociação é para uma saída menos traumática possível.
O PSDB tem 46 deputados e qualquer voto está fazendo diferença na votação da reforma da Previdência. E o presidente Temer disse no fim de semana que vai fazer de tudo para votar ainda este ano a proposta de emenda à Constituição, que precisa de no mínimo 308 deputados para ser aprovada.
