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O governo gaúcho oferece cloroquina para hospitais interessados em utilizar o remédio em casos graves de coronavírus

Medicamento faz parte do comprovadamente ineficaz kit-Covid. (Foto: EBC)

O governo do Rio Grande do Sul recebeu 25 mil comprimidos com 150 miligramas de cloroquina para tratamento de pacientes de coronavírus em estado grave. Alguns hospitais gaúchos foram informados para que manifestem se há interesse em receber o medicamento. A distribuição será realizada por meio das CRSs (Coordenadorias Regionais de Saúde).

De acordo com a SES (Secretaria Estadual da Saúde), o volume é suficiente para atender o contingente de infectados que estejam internados em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O governo federal deve enviar mais um lote de doses nas próximas semanas.

Embora estudos estejam sendo realizados em diversas instituições de dentro e fora do País, a cloroquina ainda não tem eficácia comprovada cientificamente contra o coronavírus. “Os resultados preliminares são promissores, e a decisão de uso do medicamento cabe ao médico avaliar caso a caso”, ressalta o Ministério da Saúde.

Controvérsia

Semanas atrás, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em casos graves de Covid-19, com pacientes hospitalizados. O protocolo prevê cinco dias de uso, de forma complementar a outras medidas, como o uso de respiradores mecânicos e aplicação de medicação contra febre e mal-estar.

A pasta federal, no entanto, alertou para o risco do uso desse remédio, que não devem ser administrado por conta própria ou fora do ambiente hospitalar. Dentre os efeitos colaterais estão lesões na retina, distúrbios cardiovasculares e problemas no fígado.

Em recente coletiva de imprensa, o ministro Luiz Henrique Mandetta ressaltou a importância de que a cloroquina só seja aplicada em casos mais complexos, não para os pacientes em geral: “Se sairmos com a caixa desse remédio na mão, falando que qualquer pode tomar, podemos ter mais mortes por mau uso do medicamento que pela própria virose”.

(Marcello Campos)

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