O BB (Banco do Brasil) informou na sexta-feira (14) que começou os procedimentos para confirmar a eleição de André Guilherme Brandão para o cargo de presidente da companhia. Os trâmites começarão após comunicação do Ministério da Economia, afirmou o banco em fato relevante, indicando que o governo federal, acionista controlador, indicou o executivo para a posição.
A escolha acontece três semanas após o atual presidente do banco, Rubem Novaes ter anunciado que deixaria o cargo. Brandão, ex-presidente do HSBC no Brasil e chefe de global banking e markets para Américas da instituição, tem cerca de duas décadas de experiência no mercado financeiro.
Recentemente, em meio a burburinhos quanto à demora da oficialização de Brandão na presidência, Guedes tratou de acalmar os ânimos do mercado. Ele havia dito que o executivo estava confirmado no cargo, mas precisaria de uns dias para se desvincular da sua função no setor privado. Brandão ainda teria, por exemplo, que vender as ações que detinha no HSBC antes de começar a trabalhar no banco público
No último dia 9, a alta cúpula do Banco do Brasil se reuniu para definir a estratégia da instituição para o próximo ano. Mas Brandão, que mora nos Estados Unidos, não esteve presente. O encontro se tornou comum na agenda da instituição e abre a pauta do planejamento para o exercício seguinte.
Internamente, o presidente do Conselho de Administração do BB, Helio Magalhães, que é quem dá as cartas, defendeu a importância da reunião. Assim, Brandão já chega com a pauta estratégica do banco encaminhada, mas ainda a tempo de participar do debate, que só termina no fim do ano. Fora que é preciso seguir com a governança do BB. Por outro lado, soa estranho definir a direção da instituição sem o principal executivo presente.
Desde 2003 no HSBC, André Brandão atuava como chefe global da instituição para as Américas. Desde que vendeu o banco de varejo para o Bradesco, em 2016, o HSBC atua no Brasil apenas como banco de investimento – área chamada de “atacado” no jargão do mercado. Antes de chegar ao HSBC, o executivo permaneceu mais de dez anos no Citibank (outra instituição que, recentemente, saiu do segmento de varejo no País, que foi adquirida pelo Itaú Unibanco).
Em 2015, o executivo depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava supostos crimes de evasão de divisas de brasileiros que tinham contas na agência de Genebra, na Suíça, do banco. Na época, ele negou que a instituição brasileira tivesse acesso a dados dos correntistas fora do País. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal O Estado de S. Paulo.