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O médico preso por suspeita de uso de material cirúrgico reutilizado foi solto por determinação da Justiça

O ortopedista Nilo Lemos e outros dois médicos foram presos na operação Lama Cirúrgica no início deste ano. (Foto: Reprodução)

O médico Nilo Lemos, preso por suspeita de utilizar materiais cirúrgicos descartáveis no Espírito Santo em março de 2018, foi solto por determinação da Justiça.

Nilo Lemos e outros dois médicos foram presos no início deste ano, a partir de investigações da Operação Lama Cirúrgica. Os outros dois médicos, Rodrigo Souza e Marcos Robson, continuam presos.

A Justiça concedeu a liberdade ao médico Nilo, mas determinou que ele não pode participar de qualquer procedimento cirúrgico.

Operação Lama Cirúrgica

De acordo com o Nuroc (Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção), os suspeitos da fraude foram presos depois de uma denúncia anônima e os produtos adulterados foram encontrados na empresa e no centro cirúrgico de um hospital na serra capixaba.

Segundo o Nuroc, eles devem responder por lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e adulteração de produtos medicinais.

Médicos presos

No final de fevereiro, a polícia prendeu os ortopedistas Rodrigo Souza e Marcos Robson. Em março, o médico Nilo Lemos também foi preso. Eles são acusados de participação no esquema.

Segundo a polícia, há indícios de que Rodrigo seja sócio da empresa Golden Hospitalar, que foi alvo da primeira fase da operação. Marcos Robson teria recebido dinheiro dos sócios da empresa. E o carimbo de Nilo foi encontrado na sede da empresa.

O Conselho Regional de Medicina abriu uma sindicância para apurar o envolvimento dos médicos.

Polícia Federal

O Nuroc descobriu que o esquema é internacional e que a quadrilha importava materiais dos Estados Unidos. A PF (Polícia Federal) se juntou à Polícia Civil para as investigações.

“Nós estamos realizando esse trabalho integrado com a Polícia Civil. Verificando de onde estava vindo esse material com o objetivo de identificar e prender esses criminosos que estavam usando e reutilizando materiais indevidos em pessoas no Espírito Santo e provavelmente em outras regiões do Brasil”, disse Ildo Gasparetto, superintendente da PF.

Prisões

No dia 16 de fevereiro, os empresários Gustavo Deriz Chagas e Marcos Roberto Krohling Stein – proprietários da Golden Hospitalar -, e o enfermeiro Thiago Waiyn foram detidos na operação.

As investigações apontam que os produtos que deveriam ser usados apenas uma vez foram reutilizados 2.536 vezes.

Foi descoberto, ainda, o envolvimento de uma outra empresa, a Esterileto, contratada pela Golden para esterilizar os produtos.

“Há envolvimento de médicos, de empresários, empresas que vendem esses materiais e são utilizados em cirurgias ortopédicas, de enfermeiros, instrumentadores, que utilizam, basicamente, materiais cujo reuso é proibido”, falou o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia.

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