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O México iniciará um processo de solução de controvérsias na Organização Mundial do Comércio sobre tarifas de aço e alumínio impostas pelos EUA

Donald Trump quer proteger a indústria norte-americana. (Foto: Reprodução)

O México iniciará um processo de solução de controvérsias na OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre tarifas de aço e alumínio dos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira (4) o ministério da Economia do país, aderindo à UE (União Europeia) em busca de envolvimento da OMC contra as novas medidas.

O ministério afirmou em comunicado que as medidas dos Estados Unidos, que impõem tarifas de 25 por cento sobre o aço e 10 por cento sobre o alumínio, violam as regras da OMC. “O governo mexicano afirma que suas ações continuarão aderindo à regra do direito comercial internacional e serão proporcionais aos danos que o México recebe”, disse o comunicado.

O México disse anteriormente que reagiria contra as tarifas dos EUA com medidas “equivalentes”, visando produtos agrícolas e industriais dos EUA, desde pernas de porco e frutas até aço. O Canadá e a UE adotaram ações semelhantes, também prometendo novas tarifas para uma série de produtos.

A União Europeia também apresentou, na semana passada, um pedido de consulta com os Estados Unidos sobre tarifas de aço e alumínio, um primeiro passo no processo de solução de controvérsias da OMC, disse uma autoridade da organização.

As tarifas fazem parte do esforço do presidente dos EUA, Donald Trump, para proteger a indústria americana do que ele descreveu como concorrência internacional injusta, e complicaram as negociações com o México e o Canadá para reformular o Acordo de Livre Comércio da América do Norte.

Confronto

Ministros das Finanças do G7 entraram em confronto com os Estados Unidos sobre a decisão de Washington de impor aos países tarifas de importação de aço e alumínio, disse no sábado (2) o ministro das Finanças canadense, Bill Morneau. “No comércio, ao longo dos últimos dias, houve uma importante diferença de opinião”, afirmou Morneau a repórteres depois de uma reunião com seus colegas na cidade montanhosa de Whistler, na Colúmbia Britânica.

“Os americanos decidiram, em nossa visão, tomar medidas que não são de todo construtivas, é realmente destrutivo para a nossa capacidade de fazer as coisas com tarifas sobre aço e alumínio”, disse ele ao final do encontro.

Na semana passada, o governo americano anunciou que vai aplicar tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importado do Canadá, México e União Europeia. As tarifas foram anunciadas em março para todo o aço e alumínio que entrasse nos EUA, mas alguns países tinham conseguido isenção temporária enquanto negociavam outras soluções.

O comunicado foi recebido com retaliação. O Canadá anunciou a imposição de tarifas no valor de US$ 12,8 bilhões às exportações americanas de aço, alumínio e outros produtos como cerveja, uísque, papel higiênico e laquê para cabelo. Já a UE afirmou que imporá tarifas a produtos americanos como calças jeans, motocicletas Harley Davidson e uísque bourbon. Ainda na semana passada, os EUA informaram que vão aplicar as taxas sobre o Brasil, ou impor cotas máximas para a importação.

Alerta da França

Em sua fala no encontro do G7, o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que os Estados Unidos têm apenas alguns dias para evitar uma guerra comercial com seus aliados, e que é responsabilidade de Washington tomar uma atitude para diminuir as tensões sobre as tarifas.

 

 

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