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O México vai reforçar o controle da fronteira para conter infectados vindos dos Estados Unidos

"O México não traria o vírus para os Estados Unidos, mas os Estados Unidos o trariam para cá", disse Hugo Lopez-Gatell. (Foto: Reprodução)

O México avalia estabelecer medidas na fronteira com os Estados Unidos para diminuir a propagação do coronavírus em seu território. As autoridades de Saúde disseram nesta sexta-feira (13) que os veem como uma ameaça. Nos EUA, foram registrados mais de 1,8 mil casos confirmados de Covid-19 e 41 mortes. Já no México, foram apenas 16 pessoas infectadas.

“O México não traria o vírus para os Estados Unidos, mas os Estados Unidos o trariam para cá”, disse o subsecretário de Prevenção e Promoção da Saúde do México, Hugo Lopez-Gatell, em entrevista coletiva. “O possível fluxo de coronavírus viria do Norte para o Sul. Se fosse tecnicamente necessário, consideraríamos mecanismos de restrição ou vigilância mais forte.”

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, diz que o coronavírus reforça seu argumento para bloquear as travessias da fronteira Norte com um muro EUA-México.

Trump há muito tempo pede um muro na fronteira mexicana como uma maneira de impedir a entrada de migrantes nos Estados Unidos, e escreveu no Twitter que a barreira agora é necessária “mais do que nunca” à medida que o coronavírus se espalha.

“Até este ponto, e por termos uma política de fronteiras muito forte, tivemos 40 mortes relacionadas ao CoronaVirus. Se tivéssemos fronteiras fracas ou abertas, esse número seria muitas vezes maior!”, Trump twittou nesta sexta.

Ao contrário de vários outros países latino-americanos, o México ainda não tomou medidas como fechar escolas ou proibir a entrada de pessoas provenientes de locais com alto número de casos de coronavírus.

No entanto, a universidade privada Tecnologico de Monterrey disse na quinta-feira (12) que suspenderia o ensino acadêmico e as aulas da próxima semana até novo aviso, enquanto a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) disse que reforçaria as medidas preventivas para impedir a propagação do vírus.

Teste

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que poderá fazer o teste para verificar se tem o novo coronavírus. Porém, ele afirmou que não tem sintomas e que, se passar pelos exames, não será por ter se encontrado com a comitiva liderada pelo presidente Jair Bolsonaro na Flórida.

Bolsonaro e uma comitiva se encontraram com Trump em Mar-a-Lago na semana passada. Depois da viagem, o secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com o novo coronavírus. O presidente brasileiro também foi testado, e o resultado saiu negativo para Covid-19

Inicialmente, Trump negou que faria o teste por ter se encontrado com Bolsonaro. “Nós não temos nenhum sintoma até agora, e tivemos um grande encontro com o presidente do Brasil”, justificou o norte-americano.

“Nós fomos avisados porque nós jantamos com ele, ficamos sentados próximos uns dos outros por um bom tempo”, afirmou Trump.

Depois, no entanto, o presidente dos EUA admitiu a possibilidade de fazer o teste — mas não por causa do encontro com Bolsonaro e a comitiva brasileira.

“Quem disse que eu não seria testado? Provavelmente, vou sim, mas não por isso. Acho que vou fazer, de qualquer forma”, disse Trump.

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