Ícone do site Jornal O Sul

O Ministério da Saúde criticou a proposta de vacina da Pfizer e diz que a compra causaria “frustração” aos brasileiros

A proposta da farmacêutica para o governo brasileiro envolvia 2 milhões de doses no primeiro trimestre. (Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde criticou a proposta de venda de doses da vacina da covid-19 feita pela farmacêutica americana Pfizer. Segundo o governo, em nota, a aquisição de número restrito de doses funcionaria mais como uma ‘conquista de marketing” para a fabricante, mas seria uma “frustração” para os brasileiros. A proposta da farmacêutica para o governo brasileiro envolvia 2 milhões de doses no primeiro trimestre e o imunizante tem 95% de eficácia contra o vírus.

A pasta ainda classificou como “leoninas” e “absurdas” cláusulas do contrato proposto pela Pfizer e afirmou que não aceitará “imposições de mercado”. Entre os itens atacados pelo governo, está a “assinatura de um termo de responsabilidade por eventuais efeitos colaterais da vacina, isentando a Pfizer de qualquer responsabilidade civil por efeitos colaterais graves decorrentes do uso da vacina, indefinidamente”. Essa parte do acordo tem sido mencionada pelo presidente Jair Bolsonaro para questionar a segurança das vacinas.

O ministério, que tem à frente o general Eduardo Pazuello, ainda menciona a complicada logística de armazenamento e transporte dos imunizantes da Pfizer, que exigem refrigeração entre -70°C e -80°C. Embora a maior parte de seus lotes tenha sido vendida para nações ricas, países da América Latina, como Chile e México, compraram doses da Pfizer para suas campanhas de vacinação. O Brasil começou a imunizar somente esta semana, atrás de pelo menos 56 países.

Especialistas afirmam que, diante do número limitado de doses, a aposta em um cardápio de vacinas pode acelerar as campanhas de vacinação. A pressão sobre o governo federal para aumentar o número de imunizados tem aumentado diante do recrudescimento da pandemia, que tem causado mais de mil mortes diárias no Brasil.

Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro foi convidado pela embaixada da Índia para comemoração da independência do país asiático, nesta terça-feira (26). O encontro irá ocorrer no Clube Naval, um dos mais tradicionais de Brasília. Em busca de mais vacinas, made in Índia, o presidente afirmou a interlocutores que vai.

O convite foi feito pessoalmente pelo embaixador Suresh K. Reddy, na reunião que os dois tiveram no Planalto na semana passada. A presença de Bolsonaro servirá para reafirmar as relações entre os dois países e o interesse do Brasil em adquirir mais vacinas Oxford/AstraZeneca, produzidas no laboratório indiano Serum. Além de agradecer pelo que já está no país.

Na última sexta-feira (22), chegaram 2 milhões de doses aguardadas há uma semana. Até o momento, os insumos vindos da China que garantiriam produção própria ao Brasil ainda não chegaram. Por isso, o país se esforça para manter o canal aberto com a Índia, em caso de nova importação de doses prontas. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, diplomatas e parlamentares brasileiros confirmaram presença na festa de Independência da Índia.

Sair da versão mobile