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O Rio Grande do Sul é recordista em suicídios

Iniciativa contemplará Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, Piauí e Roraima. (Foto: Reprodução)

Nessa quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou que vai colocar em prática novas políticas para qualificar as ações de prevenção ao suicídio no Brasil. De acordo com dados da pasta apresentados pela primeira vez neste ano, trata-se da maior causa de morte de brasileiros na faixa etária de 15 a 29 anos.

O governo federal pretende destinar R$ 2 milhões aos cinco Estados brasileiros com maiores taxas de morte autoinduzida: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, Piauí e Roraima. Não há detalhes sobre quais as estratégias que serão implementadas. Conforme  o Ministério, serão destinados, ainda, R$ 500 mil para o CVV (Centro de Valorização da Vida), instituição já tradicional no atendimento telefônico (188) e, nos últimos anos, também por e-mail e chat de conversa na internet (www.cvv.org.br) com pessoas em risco de tirar a própria vida.

Estatística

Em setembro, o Ministério da Saúde divulgou o primeiro boletim sobre suicídio no país. No Brasil, em média 11 mil pessoas tiram a própria vida por ano. O País viu crescer o índice de suicídios nos últimos anos: no período entre 2011 e 2015, o número de registros cresceu 12%. A pasta também anunciou, oficialmente, mudanças na política de saúde mental. Essas modificações já haviam sido divulgadas na semana passada, após a aprovação por uma comissão que reúne gestores municipais e estaduais.

A nova resolução do governo, que motivou críticas e protestos de especialistas, prevê a ampliação das comunidades e residências terapêuticas, ou seja, entidades que recebem pacientes psiquiátricos mas não são consideradas hospitais. Também será ampliado o número de leitos em hospitais gerais destinados a pacientes psiquiátricos.

Algumas entidades, como o Conselho Federal de Psicologia, criticaram a medida no que acreditam ser uma volta da hospitalização para o centro da assistência psiquiátrica. Eles também criticam as chamadas comunidades terapêuticas, que já apresentaram violações de direitos humanos.

O Ministério ressaltou, no entanto, que a disponibilidade de leitos não será feita em hospitais psiquiátricos, mas em hospitais gerais que atendem emergências. Os pacientes também ficarão nessas instituições por um período limitado de tempo. No que se refere às comunidades terapêuticas, o órgão promete atuar em conjunto com o Ministério da Justiça para garantir a fiscalização dessas instituições.

CVV

Fundado em São Paulo há 55 anos, o CVV (Centro de Valorização da Vida) é uma associação civil filantrópica, sem fins lucrativos e reconhecida como de Utilidade Pública Federal desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo.

De acordo com a entidade, são mais de 1 milhão de atendimentos anuais, realizados por aproximadamente 2 mil voluntários em 19 Estados, 24 horas por dia.

Em setembro de 2015, o CVV iniciou o atendimento por meio do telefone 188, primeiro número sem custo de ligação para prevenção do suicídio e que, até então, só funcionava no Rio Grande do Sul. Nessa nova fase, a área de cobertura do serviço contempla outros oito Estados. “Até 2020 todo o território nacional poderá contar com o atendimento do numero 188”, garante o Centro em seu site www.cvv.org.br.

Além do aconselhamento a potenciais suicidadas, o CVV desenvolve outras atividades de apoio emocional, com ações abertas à comunidade e que estimulam o autoconhecimento e melhor convivência em grupo e consigo mesmo. A instituição também mantém o Hospital Francisca Julia, que atende pessoas com transtornos mentais e dependência química em São José dos Campos-SP.

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