Ícone do site Jornal O Sul

O Ministério Público denunciou um deputado à Justiça por crime ambiental e pede a perda do mandato

Deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), foi acusado de poluir avenida. (Foto: J.L. Siqueira/ ALMT)

O deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), foi denunciado à Justiça de Mato Grosso por crime ambiental supostamente cometido em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Na denúncia, o Naco (Núcleo Criminal de Ações de Competência Originária), do MPE (Ministério Público Estadual), requer ao Tribunal de Justiça a perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos do parlamentar.

Além do parlamentar, o Naco também denunciou a empresa Deterra Prestadora de Serviços Agrícolas Ltda, que na época dos fatos, pertencia ao político. Por meio de assessoria, o deputado estadual disse que ainda não foi notificado sobre a denúncia e que, por isso, não irá se posicionar sobre o caso.

Segundo o Naco, Nininho e a empresa que pertencia à ele foram responsáveis pela poluição na avenida Fernando Corrêa da Costa, no Bairro Jardim Belo Horizonte, em Rondonópolis, por meio do lançamento de efluentes líquidos em solo e em via pública e pelo depósito de resíduos sólidos em local impróprio e em desacordo com a legislação ambiental.

Os poluentes são oriundos dos óleos utilizados na lavagem de veículos e peças trocadas das máquinas agrícolas, segundo a denúncia. Conforme o MP, o depósito de resíduos irregularmente na avenida foi constatado em inspeção realizada por agentes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que também lavraram o auto de infração. Na ação, os promotores ressaltaram que os níveis de poluição causados naquela área podem resultar em danos à saúde humana, provocar a morte de animais ou a destruição significativa da flora.

Empreiteira

Agentes da PF (Polícia Federal) também cumpriram mandados na construtora Trípolo, com sede em Rondonópolis, neste mês. A empreiteira seria de propriedade do deputado Nininho. A construtora foi citada pelo ex-governador do Estado em seu acordo de colaboração premiada com a PGR (Procuradoria Geral da República). De acordo com Silval Barbosa, a empreiteira pagava propina por obras no programa MT Integrado.

O ex-governador, inclusive, trata o parlamentar como proprietário da construtora. Segundo Silval, o beneficiário do esquema com a construtora era o senador Wellington Fagundes (PR). O republicano, segundo Silval, teria acordo para receber de diversas empreiteiras que executavam obras no Estado.

“A pessoa responsável em acertar as propinas da Construtora Tripoli com Welington era o deputado estadual Nininho, pois a construtora é de sua propriedade”, diz trecho da delação.

“Nininho” também é citado em outros eventos criminosos pelo ex-governador. Ele é acusado de pagar R$ 7 milhões em propina para a concessionária Morro da Mesa vencer a concessão para administrar a MT-130, com cobrança de pedágio.

Além disso, o parlamentar também recebia “mensalinho” para manter a governabilidade na Assembleia Legislativa. O gabinete e a residência do deputado estadual também foram alvos de mandados nesta quinta-feira.

Sair da versão mobile