A MPF (Ministério Público Federal) divulgou nessa quinta-feira uma nota afirmando que os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “prestaram informação falsa à sociedade” na entrevista coletiva que concederam no dia anterior, após o depoimento do líder petista ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba (PR).
Os procuradores do órgão no Paraná, que montaram a denúncia originária do processo contra Lula, rebateram as declarações da defesa sobre a ata de uma reunião da diretoria da Petrobras e disseram que a defesa teve acesso ao documento, diferentemente do que foi afirmado pelos defensores.
“A informação é falsa, uma vez que o documento está no processo desde 14 de setembro de 2016, data da acusação criminal. Isso pode ser verificado por qualquer pessoa, mediante acesso aos autos na internet”, frisou o comunicado.
Os procuradores apontam, ainda, a existência de contradições no testemunho do ex-presidente e que se manifestarão oportunamente no processo. “Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o MPF se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais.”
Em entrevista, o procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, membro da força-tarefa, disse que o MPF deve pedir novas diligências na ação, antes das alegações finais.