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O Ministério Público gaúcho denunciou um vereador e 11 taxistas por tentarem matar um motorista de aplicativo

Vítima foi agredida brutalmente, em ataque premeditado pelo grupo. (Foto: Reprodução)

O MP (Ministério Público) do Rio Grande do Sul apresentou denúncia contra o vereador Jerre Alex Vargas Nunes (“Alex do Táxi”), de Caçapava do Sul, além de 11 taxistas, incluindo o o presidente da associação local da categoria, Irivelto Moreira, por associação criminosa e tentativa de homicídio duplamente qualificado. Segundo as investigações, eles tentaram matar o motorista Uber Oilson Ricardo Gomes Alvares, do aplicativo Uber.

No documento, o promotor de Justiça Diogo Taborda ressalta que o ataque foi premeditado em diversas reuniões no ponto de táxi da rodoviária local. Coube ao parlamentar municipal e ao dirigente sindical a autoria intelectual do plano e a organização logística da emboscada contra a vítima, na noite de 11 de setembro deste ano, em um estacionamento.

Oilson estava a uma garagem para apanhar um suposto passageiro quando Alex, Mateus de Jesus Lopes, Rafael Silva Lopes, Felipe dos Santos Moreira e Maikon Mateus Ilha Marques chegaram em um táxi e logo vestiram máscaras. Conforme as imagens registradas por uma câmera de vigilância, os demais envolvidos se dirigiram ao local a pé e em outro veículo, todos também cobrindo o rosto.

Parte do grupo permaneceu na entrada da garagem para impedir uma eventual fuga da vítima, abordada pelos taxistas e retirada de dentro de seu carro com uma “gravata” no pescoço. Em seguida, o motorista de aplicativo foi derrubado no chão e passou a receber socos e chutes na cabeça, em um clara tentativa de linchamento. Eles só pararam quando o responsável pelo local ameaçou chamar a BM (Brigada Militar).

De acordo com a denúncia do MP, Oilson desmaiou e recuperou os sentidos apenas 15 minutos, sendo então atendido por uma ambulância do Samu. Ele só sobreviveu graças ao atendimento médico ágil. O fato não impediu que o grupo de agressores continuasse ameaçando o “concorrente”.

Motivo torpe

“O Ministério Público entendeu que o crime ocorreu por motivo torpe, visto que os denunciados, na condição de taxistas, objetivavam intimidar, ameaçar e impedir que o serviço de Uber fosse prestado na cidade”, frisou o MP. “Também agiram de emboscada, pois organizavam havia dias a estratégia. Nesse sentido, Alesson Dias Nunes foi quem adquiriu parte das toucas ninja utilizadas. Ao menos três delas foram apreendidas na residência de Irivelto Moreira e Felipe dos Santos Moreira. Outra touca e três máscaras foram encontradas na residência de uma familiar de Alesson Dias Nunes”.

(Marcello Campos)

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