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O ministro da Saúde da Rússia definiu como “absolutamente infundadas” as dúvidas sobre a vacina contra o coronavírus

O Brasil aderiu ao programa de aceleração em junho e está entre os países com relevante tamanho de mercado no contexto internacional. (Foto: Divulgação)

O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, definiu como “absolutamente infundadas” as dúvidas sobre a vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) aprovada no país na última terça-feira (11).

A candidata “Sputnik V” (em referência ao primeiro satélite artificial da Terra) obteve registro na Rússia antes mesmo de iniciar a terceira e última fase de estudos clínicos, considerada a mais importante e na qual se avalia sua eficácia para imunizar seres humanos.

Parece que os colegas estrangeiros estão sentindo as vantagens competitivas do medicamento russo e estão tentando expressar certas opiniões absolutamente infundadas”, declarou Murashko. Vacinas que já estão na fase 3 dos testes em humanos, como a de Oxford, ainda não obtiveram registro em nenhum país.

Essa etapa costuma ser mais demorada, já que, para comprovar a imunização, é preciso acompanhar os voluntários por um longo período um ano, no caso da vacina de Oxford. Apesar disso, a Rússia pretende iniciar a produção em massa da Sputnik V já em setembro.

O primeiro lote, de acordo com Murashko, deve estar disponível daqui duas semanas e será aplicado prioritariamente em profissionais da saúde. A candidata utiliza cepas adaptadas de um adenovírus para estimular a resposta imune no corpo humano.

Os primeiros pacotes da vacina médica contra a infecção pelo coronavírus serão recebidos dentro das próximas duas semanas, primeiramente para médicos”, disse.

A Rússia não compartilhou dados, então é impossível fazer um juízo. Não é assim que funciona a ciência”, disse o imunologista italiano Alberto Mantovani, diretor científico do Instituto Humanitas, em Rozzano, nos arredores de Milão, em entrevista ao jornal La Repubblica.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na terça-feira que a Rússia havia se tornado o primeiro país a dar aprovação regulatória para uma vacina contra a Covid-19, depois de menos de dois meses de testes em humanos.

A vacina ainda não concluiu os testes em estágio avançado. Somente cerca de 10% dos ensaios clínicos foram bem-sucedidos e alguns cientistas temem que Moscou esteja colocando o prestígio nacional à frente da segurança.

Alexander Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya, disse que os ensaios clínicos serão publicados assim que forem analisados pelos especialistas da própria Rússia.

Ele disse que a Rússia planeja ter capacidade para produzir 5 milhões de doses por mês entre dezembro e janeiro.

O Cazaquistão planeja enviar autoridades governamentais a Moscou ainda neste mês para discutir possíveis entregas da vacina, disse o gabinete presidencial do país. As informações são das agências de notícias Ansa e Reuters.

 

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