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O ministro do Supremo Gilmar Mendes diz que o procurador da República Deltan Dallagnol pratica corrupção rasteira

(Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Durante o julgamento do pedido de habeas corpus que pode anular 32 processos da Operação Lava-Jato, incluindo o do ex-presidente Lula (PT), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, atacou procuradores da operação, em especial Deltan Dallagnol. Segundo o ministro, os procuradores praticam corrupção rasteira.

“O combate à corrupção é um compromisso de todos nós. Mas não se pode combater a corrupção cometendo crimes”, disse, ao iniciar seu voto. Em seguida, afirmou que as mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil demonstraram as “estranhas do combate à corrupção”.

“Inclusive corrupção rasteiras, baixas, como por exemplo pedido de passagens, vendas de palestras e coisas do tipo”, acrescentou Gilmar Mendes, referindo-se a Dallagnol, que aparece nas mensagens combinando palestras e indicando que outros procuradores façam o mesmo. Ele  também sugere abrir uma empresa em nome de sua esposa, usando o nome dela como uma espécie de laranja, para poder lucrar mais.

O ministro do STF também citou a fundação que Deltan cogitou abrir para poder gerir um fundo da Petrobras. “A famosa fundação Dallagnol, R$ 2,2 bilhões”, citou Gilmar. “Veja por tanto: cheiro de corrupção, jeito de corrupção, forma de corrupção, matéria de corrupção. Por tanto o combate à corrupção tem que se fazer dentro de casa, inclusive”, finalizou.

Convocação

Deltan Dallagnol usou sua conta do Twitter na terça-feira (24) para convocar a população a defender abusos de autoridades praticado por juízes, promotores, policiais e outros agentes do Estado. Ele ficou contrariado com a decisão do Senado Federal que, mais cedo, derrubou mais da metade dos vetos que o presidente Jair Bolsonaro havia imposto à lei.

“Estamos fazendo a nossa parte no combate à grande corrupção política. Poderosos estão sendo responsabilizados e bilhões, recuperados. Agora, a sociedade precisa fazer a sua para evitar retrocessos e garantir que esse trabalho continue”, escreveu Dallagnol que, conforme apontam reportagens da série Lava-Jato, cogitou, inclusive utilizando seu cargo de procurador para ganhar adeptos, se candidatar a senador.

Além da própria postagem, Dallagnol fez retuítes de outras pessoas que criticaram a derrubada dos vetos. “Vai ficar muito difícil investigar e punir o criminoso do colarinho branco, que rouba milhões. O braço longo da lei vai ficar curto, alcançará apenas o pé-rapado, que furta migalhas. Muito triste e desanimador isso”, diz uma das postagens compartilhadas pelo procurador.

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