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O ministro do Supremo Marco Aurélio Mello disse que episódio entre Gilmar Mendes e Rodrigo Janot é “constrangedor” para o Poder Judiciário

Marco Aurélio Mello avalia que o STF "esmoreceu o combate à corrupção". (Foto: Reprodução)

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça-feira (9) que o episódio envolvendo o colega Gilmar Mendes e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é “constrangedor e ruim” para o Poder Judiciário.

A afirmação foi feita em referência ao fato de Janot ter pedido ao Supremo o afastamento de Gilmar Mendes da relatoria de um habeas corpus no qual concedeu liberdade ao empresário Eike Batista e a anulação de todos os atos assinados por Gilmar Mendes em relação ao processo, incluindo a decisão que mandou soltar o empresário.

No pedido, Janot argumentou que Gilmar Mendes não poderia atuar no caso porque a mulher do ministro, Guiomar Mendes, é sócia do escritório de advocacia de Sérgio Bermudes, que defende Eike Batista.

Constrangimento

Ao ser questionado sobre o caso, Marco Aurélio respondeu: “É algo indesejável. Estou há 38 anos no Judiciário e nunca enfrentei uma exceção de suspeição, de impedimento de colega. É constrangedor e ruim para o Judiciário como um todo”.

“Cachimbo da paz”

Durante a entrevista, concedida antes de uma solenidade no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio sugeriu que Gilmar Mendes e Rodrigo Janot “fumem o cachimbo da paz”.

“Já estava uma situação delicada quanto ao deslocamento do habeas corpus do [ex-ministro Antonio] Palocci. Agora então. Vamos ver. Que eles fumem o cachimbo da paz”, comentou o magistrado. (AG)

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